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Países da Otan concordam em investir 5% do PIB em defesa

Medida ocorre diante de ameaça representada pela Rússia

Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 25/06/2025 às 14:32

Alterado em 26/06/2025 às 07:40

Anúncio foi feito em declaração final de cúpula Foto: Ansa/Epa

Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) concordaram em aumentar para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) os gastos em defesa.

A decisão foi divulgada nesta quarta-feira (25) na declaração final da cúpula da aliança militar ocidental em Haia, diante da ameaça representada pela Rússia após a invasão da Ucrânia.

"Os aliados se comprometem a investir 5% do PIB anual em necessidades básicas de defesa e despesas relacionadas à defesa e segurança até 2035, a fim de garantir obrigações individuais e coletivas, de acordo com o Artigo 3 do Tratado de Washington", diz o texto.

A aliança militar explica ainda que seus membros alocarão pelo menos 3,5% do PIB anual, com base na definição acordada, para financiar os requisitos básicos de defesa, enquanto que o outro 1,5% será destinado ao setor de segurança mais geral, incluindo melhorias em estradas, pontes, portos e aeroportos, o que permitirá que as forças armadas sejam mobilizadas com mais eficiência.

Além disso, será permitido usar verbas para implementar ações que tenham o objetivo de combater ataques cibernéticos e híbridos, na tentativa de preparar as sociedades para conflitos futuros.

Os países "concordaram em apresentar planos anuais que mostrem um caminho confiável e gradual para atingir esse objetivo", acrescenta o comunicado, prevendo uma revisão em 2029.

Ainda de acordo com a Otan, os membros se declaram "unidos diante de profundas ameaças e desafios à segurança, em particular a ameaça de longo prazo representada pela Rússia à segurança euro-atlântica e a persistente ameaça do terrorismo".

Como previsto devido à oposição dos Estados Unidos, a nota não fornece uma definição clara da invasão russa no território ucraniano como uma "guerra de agressão".

Por fim, os países-membros reiteraram seu "compromisso soberano de fornecer apoio à Ucrânia".

No entanto o documento, como amplamente esperado, exclui qualquer menção a uma futura entrada de Kiev na aliança, ao contrário do que ocorreu em Washington no ano passado, onde havia sido estabelecido o princípio do "caminho irreversível".

Além disso, não há referências a compromissos financeiros para Kiev - no ano passado, eram 40 bilhões de euros por ano.

Após o fim da reunião, a TV estatal turca TRT informou que a próxima cúpula da Otan, agendada para 2026, será realizada na Turquia.

O presidente Recep Tayyip Erdogan anunciou ontem sua intenção de sediar a reunião do próximo ano, destacando a contribuição militar de Ancara para a aliança, onde o Exército turco é o segundo maior, depois dos Estados Unidos.

Reações

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que a cúpula da Otan foi “importante pelos compromissos assumidos, com responsabilidades significativas e sustentáveis”.

Segundo ela, as medidas aprovadas são "despesas necessárias para fortalecer nossa defesa e nossa segurança". "Não tiraremos um euro sequer das prioridades do governo e dos cidadãos italianos", acrescentou.

Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou a reunião como "fantástica" e um "grande sucesso", enquanto o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, usou o termo “histórica”.

Segundo o político alemão, “este é um sinal de força diante de todos os nossos potenciais adversários” e “um sinal de determinação". "Devemos levar o revisionismo russo a sério. E devemos ser capazes de nos defender para não termos que nos defender", concluiu. (com Ansa)

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