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Trump decidirá sobre a ação dos EUA dentro de duas semanas, enquanto a Europa se prepara para manter negociações com o Irã

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Por JB INTERNACIONAL com Reuters
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Publicado em 20/06/2025 às 09:37

Alterado em 20/06/2025 às 09:37

Parentes e amigos participam do funeral de quatro mulheres mortas durante um ataque com mísseis do Irã contra Israel, em Tamra, norte de Israel Foto: Reuters/Ammar Awad

O presidente Donald Trump disse que decidirá sobre a ação dos EUA no Irã dentro de duas semanas, enquanto os líderes europeus se reúnem para tentar persuadir Teerã a voltar à mesa de negociações. O presidente russo, Vladimir Putin, diz que está de olho nos desenvolvimentos no Irã - um aliado próximo de Moscou. 

Os ataques aéreos israelenses mataram 639 pessoas no Irã desde que os ataques começaram há uma semana, disse a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos, um grupo de ativistas de direitos iranianos com sede nos Estados Unidos, nesta sexta-feira (20).

Não houve atualização oficial das autoridades iranianas desde segunda-feira, quando o número de mortos foi estimado em 224. As autoridades disseram que a maioria dos mortos são civis, mas o alto escalão militar e cientistas nucleares também estão entre os mortos.

Israel informou que pelo menos duas dúzias de civis israelenses morreram em ataques com mísseis iranianos.

Catar: ataques israelenses ao Irã colocam em risco a estabilidade energética

O primeiro-ministro do Catar disse nesta sexta-feira que o ataque israelense a instalações econômicas no Irã pode levar a repercussões regionais e internacionais catastróficas, particularmente em conexão com a estabilidade do fornecimento de energia, de acordo com um comunicado oficial.

O xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani fez os comentários em um telefonema com o ministro das Relações Exteriores da Noruega. Ele também é ministro das Relações Exteriores do Catar.

Irã está disposto a seguir política 'pragmática' com a Europa, diz diplomata

O Irã está disposto a seguir uma política equilibrada e pragmática em suas negociações com a Europa e se envolver racionalmente com o Oriente e o Ocidente, disse um diplomata iraniano em Berlim nesta sexta-feira.

"Enquanto isso, o Irã pode provar ser uma peça de xadrez para a Europa aliviar a dupla pressão entre o Oriente e o Ocidente", disse o diplomata, que não quis ser identificado.

"Apesar do descontentamento americano, o Irã mostrou que está disposto a seguir uma política sábia, equilibrada e pragmática em suas negociações com a Europa."

Ministro da Defesa israelense ordena intensificação de ataques contra alvos do governo iraniano

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse nesta sexta-feira que instruiu os militares a intensificar os ataques contra "símbolos do regime" na capital iraniana, Teerã, com o objetivo de desestabilizá-la.

"Devemos atacar todos os símbolos do regime e os mecanismos de opressão da população, como a Basij (milícia), e a base de poder do regime, como a Guarda Revolucionária", disse Katz em um comunicado.

O que o aumento dos preços do petróleo significa para os mercados mundiais?

O petróleo bruto Brent subiu cerca de 20% até agora em junho e deve ter seu maior salto mensal desde 2020.

Cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo passa pelo Estreito de Ormuz, entre Omã e Irã.

A interrupção pode empurrar o petróleo acima de US$ 100, dizem analistas.

O aumento dos preços do petróleo pode elevar a inflação de curto prazo e prejudicar o crescimento econômico ao espremer o consumo.

Os altos preços do petróleo funcionam como um imposto, dizem os economistas, especialmente para os importadores líquidos de energia, já que o petróleo é difícil de substituir no curto prazo.

Os analistas também esperam que a tendência de queda do dólar seja retomada. Ele enfraqueceu cerca de 9% até agora este ano em relação a outras moedas importantes.

Um dólar mais fraco cura a dor do petróleo mais alto, que é precificado em dólares.

Na ausência de um choque de oferta de petróleo, as ações mundiais estão felizes em ficar perto dos máximos históricos.

Os mercados do Golfo venderam com as notícias iniciais, depois se estabilizaram um pouco, ajudados pelos preços mais altos do petróleo.

Macron diz que nada justifica ataques contra civis

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta sexta-feira que os ataques contra civis e infraestrutura civil precisam parar.

Ele também disse que Teerã deve mostrar sua disposição de retornar à mesa de negociações sobre seu programa nuclear.

"Há vários dias, a França tem uma voz clara e simples: não há justificativa para ataques contra infraestruturas de energia e populações civis", disse ele a repórteres quando chegou ao show aéreo de Paris.

Europa dará mensagem ao Irã de que os EUA estão abertos a negociações diretas

Antes das negociações em Genebra na tarde de sexta-feira, diplomatas disseram à Reuters que os ministros das Relações Exteriores europeus dirão ao seu homólogo iraniano que os EUA estão abertos a negociações diretas.

A oferta ocorre mesmo quando Washington considera se juntar aos ataques israelenses destinados a esmagar a capacidade nuclear de Teerã.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, será informado de que Teerã deve enviar um "sinal claro", disseram dois diplomatas, à medida que aumenta a pressão sobre o Irã para concordar com restrições rígidas ao seu programa nuclear.

Ministros da Grã-Bretanha, França e Alemanha, conhecidos como E3, além do chefe de política externa da União Europeia, conversaram com Araqchi para concordar com a reunião no início dessa próxima semana e estão coordenando com os Estados Unidos.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, conversou com vários colegas ocidentais antes da reunião em Genebra, disseram os diplomatas, indicando prontidão para se envolver diretamente com Teerã.

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