MUNDO
Prevost é o novo papa! Igreja Católica elege sucessor de Francisco
Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 08/05/2025 às 13:40
Alterado em 08/05/2025 às 14:46

"Habemus Papam". Após 18 dias da morte do papa Francisco, a primeira rodada do segundo dia de votação do conclave, realizada nesta quinta-feira (8), terminou com a escolha do novo pontífice.
Por volta das 13h08 (horário de Brasília), uma fumaça branca saiu da chaminé da capela Sistina, indicando que os 133 cardeais eleitores chegaram a um consenso sobre o próximo líder da Igreja Católica Apostólica Romana.
Esta foi a quarta votação desde o início do conclave, em 7 de maio e confirmou que um dos prelados recebeu ao menos dois terços dos votos, ou seja, 89, e já aceitou a missão de comandar os cerca de 1,4 bilhão de católicos do mundo.
O escolhido foi o cardeal Prevost, norte-americano.
Prevost, o novo papa, já foi acusado de acobertar casos de pedofilia na Igreja Foto: Ansa
PERFIL
O cardeal Robert Francis Prevost, 70 anos, é considerado uma figura curiosa de um "ianque latino-americano" e, por isso, pode se tornar o papa dos cardeais da América do Norte e do Sul, apesar das acusações de acobertamento de abusos sexuais no clero.
Primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos, o religioso é um cardeal da Cúria, próximo do papa Francisco, cuja morte ocorreu em 21 de abril, aos 88 anos.
Desde 2023, Prevost é prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina. Nascido em Chicago, em uma família de origem francesa, formou-se em Direito Canônico.
De 1985 a 1999, o norte-americano foi missionário no Peru. De volta a Chicago, em 2001, tornou-se prior da Ordem de Santo Agostinho, cargo que ocupou até 2013. Nesse ano, retornou ao Peru, como bispo de Ciclayo.
Francisco o chamou a Roma em 2023. O bispo norte-americano, que fala fluentemente espanhol, português, italiano e francês, demonstrou atenção especial aos marginalizados e migrantes no Peru, muito apreciados por Francisco.
Como prefeito dos bispos, ele nomeou centenas de prelados, forjando uma geração de religiosos "como Francisco", abertos e progressistas. Entretanto, ganhou a reputação de ser um cardeal reservado e equilibrado.
Em 2023, Prevost administrou, junto com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o caso do caminho sinodal alemão: um debate dentro das dioceses alemãs que estava se tornando muito inovador e corria o risco de causar um cisma. Na ocasião, trouxe o caminho de volta à ortodoxia, mas sem traumas.
Os votos dos cardeais latino-americanos, que não têm candidatos fortes, e dos norte-americanos, muito divididos entre progressistas e conservadores, convergiram para seu nome.
Prevost pode ter contado com o apoio do poderoso cardeal hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga: antigo "fazedor de papas" de Francisco, ele já tem mais de 80 anos e está fora do conclave, mas continua muito influente.
No entanto, o prelado americano é acusado de ter encoberto abusos sexuais cometidos por padres em Chicago e no Peru.
No ano passado, Prevost e seu sucessor na capital de Illinois, Blaise Cupich (também progressista e candidato papal), foram denunciados por não terem tomado medidas entre as décadas de 1980 e 1990 contra dois agostinianos, posteriormente condenados por abuso.
No Peru, o prefeito dos bispos foi acusado por três religiosas de ter acobertado a denúncia na qual elas afirmam ter sofrido abusos sexuais por parte de dois padres.
A diocese de Ciclayo explicou que o então bispo as havia aconselhado a apresentar uma queixa às autoridades civis e que o processo canônico havia sido interrompido quando o judiciário arquivou o processo devido ao prazo de prescrição.
A escolha do novo pontífice foi realizada por 133 cardeais, sendo sete brasileiros eleitores: Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos; João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília e ex-prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano, de 77 anos; Orani João Tempesta, 74 anos, arcebispo do Rio de Janeiro; Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador, 65 anos; Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, nascido em 1967; Leonardo Steiner, 75 anos, arcebispo de Manaus e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); e Jaime Spengler, 65 anos, arcebispo de Porto Alegre e atual presidente da CNBB. Estavam aptos a votar apenas os cardeais com menos de 80 anos.
Inicialmente, o número total era 135 eleitores, mas, segundo o Vaticano, dois não participaram por causa de problemas de saúde: o espanhol Antonio Cañizares e o queniano John Njue, que negou estar doente e disse ter sido excluído do conclave. (com Ansa)
Novo pontífice foi escolhido no segundo dia de conclave Foto: Vaticano