MUNDO
Presidente alemão pede perdão por massacre nazista na Itália
Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 29/09/2024 às 11:23
Alterado em 29/09/2024 às 11:23
O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, pediu desculpas para a Itália em nome de seu país pelo massacre nazista de Marzabotto, que completou neste domingo (29) 80 anos.
Em 1944, uma divisão da Waffen-SS assassinou 770 civis, entre eles quase 200 crianças, em cidades da zona do maciço de Monte Sole, localizada na cordilheira dos Apeninos, como represália pelo apoio dos partisans à Resistência italiana.
"Estamos aqui hoje unidos na dor, mas também na profunda amizade. As tropas nazistas perpetraram crimes desumanos na Itália, cegados pelo ódio e pelo fanatismo. Estou aqui diante de vocês como o presidente alemão e sinto apenas dor e vergonha.
Em nome de meu país, peço perdão", declarou Steinmeier em um evento na Itália que recordou o massacre.
Em seu discurso, o mandatário ainda afirmou que as palavras "ficam pequenas" e "não são suficientes" para descrever os assassinatos cometidos nas cidades de Marzabotto, Grizzana Morandi e Monzuno, todas na província de Bolonha.
Uma salva de palmas do público acompanhou o pedido de desculpas de Steinmeier, que se encontrou com vários familiares das vítimas do massacre.
O presidente da Itália, Sergio Mattarella, que também participou da cerimônia com seu homólogo alemão, disse que Marzabotto se tornou um lugar de união entre os dois países.
"Estamos aqui para inclinar a cabeça diante de tantas vidas cruelmente destruídas, para preencher com os mais intensos sentimentos de solidariedade aqueles abismos que a desumana ferocidade nazifascista abriu nestas terras", declarou o italiano.
"Marzabotto e Monte Sole estão entre os símbolos mais chocantes da estratégia de aniquilação que acompanhou o desejo de dominação, o mito racial, a opressão nacionalista e toda aquela mistura ideológica que levou o nazismo e seus cúmplices, incluindo o regime fascista, a prosseguir o projeto catastrófico de conquistar a Europa e esvaziá-la da sua história", acrescentou. (com Ansa)