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'Nós vamos todos morrer, é só uma questão de tempo', desaba repórter do Canal Palestino após morte de colega

No desabafo ao vivo, enquanto cobria massacre em Gaza, jornalista tirou colete e capacete, protocolo de segurança, ao afirmar que eles não servem para nada; âncora se emocionou

Repórter e âncora se emocionam após morte de colega
Foto: Reprodução

O Canal Palestino anunciou, nesta quinta-feira (3), que mais um de seus correspondentes na Faixa de Gaza, identificado como Mohammed Abu Hatab, foi morto após um ataque aéreo promovido por Israel contra sua residência. A emissora acusou o Estado judeu de realizar um “assassinato deliberado” contra o jornalista quando bombardeou a casa de sua família em Khan Younis, no sul do enclave.

“Nosso colega Mohammed Abu Hatab caiu como mártir junto com membros de sua família em um bombardeio israelense contra sua casa em Khan Younis”, disse a estação de TV em comunicado divulgado pela agência de notícias palestina Wafa.

Fontes do Hospital Nasser, para onde o corpo de Abu foi levado, disseram que, além do repórter, outros 11 de seus familiares morreram no bombardeio. A Wafa afirma que um míssil atingiu o apartamento de Abu Hatab pouco após a sua chegada e que o ataque “foi uma mensagem sangrenta para aterrorizar os jornalistas palestinos”, com o objetivo de impedi-los de “transmitir o sofrimento do povo palestino e expor os crimes da ocupação”.

Após a morte de Abu Hatab, o repórter Salman Al Bashir, seu colega no Canal Palestino, externou seu medo ao afirmar que "é só uma questão de tempo para todos morrerem". No desabafo ao vivo, enquanto cobria os ataques israelense, ele tirou seus colete e capacete, protocolo de segurança na região, ao afirmar que eles não servem para nada, "apenas para exibir slogans". A cena emocionou a âncora que apresentava o telejornal no estúdio, que foi às lágrimas. Veja abaixo:

Pelo menos 31 jornalistas morreram na Faixa de Gaza desde o início do conflito, conforme informações de organismos sindicais. O canal Palestino, porém, disse que continuará a cumprir o seu dever “por maiores que sejam os sacrifícios e por mais crimes que o Estado ocupante cometa contra os nossos jornalistas”.

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