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Bolívia rompe relações com Israel após bombardeio contra acampamento de refugiados

Dias antes, o ex-presidente Evo Morales já havia defendido o fim dos laços com o Estado israelense por 'crimes de guerra e de lesa-humanidade'

Ministra da Presidência, Maria Nela Prado, e vice-ministro das Relações Exteriores, Freddy Mamani
Foto: Reprodução

Por conta dos incessantes ataques contra a Faixa de Gaza, a Bolívia decidiu, nesta terça-feira (31), romper relações diplomáticas com Israel. O anúncio foi feito na TV pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Freddy Mamani, e pela ministra da Presidência, Maria Nela Prado.

“No marco de sua posição de respeito pela vida, enviamos este comunicado oficial ao Estado de Israel, por meio do qual damos a conhecer a nossa decisão, como Estado Plurinacional da Bolívia, de romper relações diplomáticas com Israel”, disse a ministra.

Nesta segunda-feira (30), o presidente Luis Arce já havia expressado solidariedade com o povo palestino e condenado os crimes de guerra promovidos pelo Estado judeu.

“Não podemos ficar calados e continuar a permitir o sofrimento do povo palestino, especialmente das crianças, que têm o direito de viver em paz”, disse Arce, após um encontro com o embaixador palestino na Bolívia, Mahmoud Elalwani.

Em 20 de outubro, o ex-presidente Evo Morales já havia defendido, em mensagem endereçada a Luis Arce, que o país rompesse relações com o governo de Israel, “diante da horrorosa situação que sofre o povo palestino”.

Na ocasião, Morales ainda pediu outras medidas, a exemplo de declarar Israel como um Estado terrorista e apresentar uma denúncia ao Tribunal Penal Internacional contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por “crimes de guerra e de lesa-humanidade”.

Bombardeio em acampamento de refugiados

A decisão unilateral só foi tomada nesta terça, entretanto, após Israel bombardear um campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de Gaza, que, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, provocou 400 mortos e feridos.

Um vídeo feito pela AFP mostra que pelo menos 47 corpos foram retirados dos escombros depois que o ataque atingiu várias casas do acampamento. Dezenas de pessoas observavam à beira de duas grandes crateras, enquanto outras buscavam sobreviventes.

Horas depois, o Exército de Israel afirmou que a ofensiva cumpriu seu objetivo de matar Ibrahim Biari, comandante do Hamas envolvido no ataque de 7 de outubro em território israelense.

“Sua eliminação ocorreu como parte de uma ampla ofensiva contra os terroristas e contra a infraestrutura terrorista do Batalhão Central de Jabaliya, que havia tomado o controle de prédios civis de Gaza”, informou o Exército de Israel.

Segundo o Exército, túneis usados pelo Hamas também foram destruídos. Para o morador de Jabaliya Ragheb Aqal, os bombardeios foram como um terremoto atingindo o acampamento

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