MUNDO
Egito culpa Israel por não abertura de fronteira em Rafah
Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 16/10/2023 às 07:33
Alterado em 16/10/2023 às 08:11
O governo do Egito culpou nesta segunda-feira (16) Israel pela não abertura do posto de fronteira de Rafah, na Faixa de Gaza, que permitirá a evacuação de civis, incluindo 28 brasileiros, em direção ao país africano.
Segundo o ministro egípcio das Relações Exteriores, Sameh Shoukry, o governo israelense ainda "deve cumprir os passos necessários" para permitir o trânsito de palestinos e cidadãos de outras nacionalidades pela fronteira.
O posto de Rafah registrou a movimentação de veículos da Organização das Nações Unidas (ONU) durante a manhã, mas segue fechado.
Veículos de imprensa chegaram a noticiar a abertura da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, mas Israel negou a informação logo em seguida. "Não há até o momento um cessar-fogo nem a entrada em Gaza de ajudas humanitárias em troca da saída de cidadãos estrangeiros", disse o gabinete do premiê Benjamin Netanyahu.
O governo brasileiro espera a abertura do posto de Rafah para resgatar 28 cidadãos e não é o único que vive esse cenário.
"Hoje esperamos tirar da Faixa de Gaza os 10 a 12 italianos que vivem ali", declarou o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani.
Roma também trabalha para a libertação de ítalo-israelenses que podem estar entre os cerca de 200 reféns mantidos pelo Hamas em Gaza, sendo um casal e um jovem que participava da rave atacada pelo grupo fundamentalista em 7 de outubro.
"Naturalmente, trabalhamos pela libertação de todos os reféns através da nossa diplomacia", ressaltou Tajani.
Até o momento, o conflito já contabiliza cerca de 4,15 mil mortos, sendo 2,75 mil do lado palestino e 1,4 mil do lado israelense.
Mais de 13 mil pessoas ficaram feridas. Entre as vítimas estão 14 funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa) mortos em bombardeios israelenses em Gaza.
"Grande erro" - No fim da semana passada, Israel ordenou a evacuação dos civis da Cidade de Gaza, que tem mais de 1 milhão de habitantes, indicando o início iminente de uma possível incursão terrestre contra o território palestino.
Questionado sobre essa hipótese, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que uma eventual ocupação israelense em Gaza seria um "grande erro". Em entrevista ao programa "60 minutes", o mandatário também ressaltou que o Hamas "não representa todos os palestinos".
Enquanto isso, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, voltou a Israel após apenas quatro dias de sua última visita para negociações sobre a crise. (com Ansa)