
Pelo menos 2.215 pessoas, incluindo 724 crianças, morreram na Faixa de Gaza, desde sábado passado (7), devido aos incessantes bombardeios israelenses, informou o Ministério da Saúde do enclave governado pelo movimento Hamas. Também há registros de 8.714 pessoas feridas, incluindo mais de 2.450 crianças. A Defesa de Israel informou que ao menos 1.300 israelenses morreram no conflito.
Nesta sexta-feira, um violento ataque com míssil atingiu um comboio de civis que tentava escapar do norte da Faixa de Gaza. A ação, ocorrida em uma rota de fuga indicada por Israel, provocou a morte de 70 pessoas, muitas delas crianças.
O Ministério da Saúde da Palestina responsabiliza Israel pelo ataque, que alega ter iniciado uma investigação sobre o caso e que seus “inimigos estão tentando impedir que os civis deixem o norte”.
A BBC News confirmou que o ataque aconteceu na via Salah-al-Din, uma das duas rotas de saída dos civis. A estrada estava com tráfego intenso, justamente porque as pessoas atendiam aos alertas de Israel para deixarem o local.
Ainda nesta sexta-feira, por volta das 18h (horário de Brasília), terminou o prazo dado por Israel para que moradores da Cidade de Gaza e todo o norte da Faixa de Gaza deixassem suas casas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, durante uma visita a soldados da infantaria nas proximidades de Gaza, afirmou que "a próxima fase está chegando".
O Exército de Israel concentrou veículos militares nos arredores de Erez, ao norte da fronteira norte de Gaza com Israel. Com o fim do prazo para retirada do norte de Gaza, as atenções se voltam a uma possível ofensiva por terra.
Genocídio
O número de vítimas tende a aumentar. Em toda a Faixa de Gaza, mais de dois milhões de pessoas estão em risco devido à falta de água. O Comissário-Geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês), Philippe Lazzarini, alerta:
"Tornou-se uma questão de vida e morte. É imprescindível; o combustível precisa ser entregue agora em Gaza para disponibilizar água para 2 milhões de pessoas", ressaltou.
Nenhuma ajuda humanitária foi permitida em Gaza há uma semana. Desde a última segunda-feira (9), o abastecimento de água potável por Israel foi cortado, causando escassez a mais de 650 mil pessoas. Mais tarde, na quarta-feira (11), quando a eletricidade foi interrompida na região, três estações de dessalinização de água, que antes produziam 21 milhões de litros de água potável por dia, tiveram que interromper suas operações.
As pessoas agora são forçadas a usar água suja de poços, aumentando os riscos de doenças transmitidas pela água. Gaza também está sob um apagão elétrico desde 11 de outubro, afetando o abastecimento de água.