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Putin considera bloqueio a Gaza ‘inaceitável’, e compara com cerco nazista a Leningrado

Premiê israelense mandou bloquear o fornecimento de eletricidade, água, comida e combustível para mais de 2 milhões de pessoas

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 13/10/2023 às 14:33

Alterado em 13/10/2023 às 15:39

O presidente russo Vladimir Putin Sputnik / Pavel Bednyakov

O presidente russo Vladimir Putin, que está em meio a uma guerra com a Ucrânia, se manifestou, nesta sexta-feira (13), sobre o cerco isralense à Faixa de Gaza - Israel, que controla o território desde 2007, bloqueou o fornecimento de eletricidade, água, comida e combustível na segunda-feira (9). De acordo com Putin, o entrave resultará em um número de vítimas civis que será "absolutamente inaceitável".

O líder da Rússia comparou o isolamento ao realizado contra a cidade soviética de Leningrado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

"Israel está se preparando para fazer em Gaza algo comparável ao cerco de Leningrado. É inaceitável. Mais de dois milhões de pessoas vivem lá. Nem todos apoiam o Hamas“, acrescentou o presidente russo, durante uma entrevista coletiva em Bishkek, no Quirguistão.

O cerco da cidade de Leningrado (atualmente se chama São Petersburgo) aconteceu de setembro de 1941 a janeiro de 1944 nas batalhas travadas durante a Segunda Guerra Mundial. Ao longo de quase 900 dias, a cidade soviética de Leningrado foi privada de seu acesso à água tratada, energia elétrica e, principalmente, comida, sendo deixada pelos nazistas à própria sorte.

Premiê palestino acusa Israel de ‘genocídio’

O primeiro-ministro palestino, Mohammed Shtayyeh, acusou Israel, também nesta sexta, de cometer um “genocídio” em Gaza, bombardeada pelo Exército israelense em sua guerra contra o movimento islâmico palestino Hamas.

“Nosso povo em Gaza está sofrendo um genocídio, e Gaza se tornou uma zona de desastre”, declarou Shtayyeh, em entrevista coletiva em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.

Ainda nesta sexta, a FDI pediu que todos os civis da cidade de Gaza, que tem mais de 1 milhão de pessoas, se mudassem para o sul em 24 horas. A ordem dá indícios de que Israel planeja executar uma invasão por terra sobre a Palestina. Ao mesmo tempo, aumenta a tensão na Cisjordânia e no Líbano.

O Ministério da Saúde da Palestina disse que 11 pessoas morreram nesta sexta na Cisjordânia após serem atingidos por disparos de militares israelenses. Desde o ataque ordenado por Israel no último sábado (7), 47 pessoas morreram na outra parte dos territórios palestinos devido a ataques israelenses.

Segundo o jornal norte-americano "The New York Times" o confronto teve início após os habitantes palestinos participarem de um protesto contra o governo de Israel e em solidariedade a Gaza.

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