ASSINE
search button

Porta-voz de Israel afirma que há brasileiros entre os reféns do Hamas

Representante do Ministério da Defesa disse que há várias pessoas de outras nacionalidades sob domínio do grupo armado; Itamaraty e Embaixada do Brasil em Tel-Aviv não confirmam

Jonathan Conricus, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, em um comunicado em vídeo
Foto: Reprodução

O Ministério da Defesa de Israel afirmou, nesta quarta-feira (11), que há pelo menos três cidadãos brasileiros entre as pessoas mantidas de reféns pelo Hamas na Faixa de Gaza. Além dos brasileiros, há sequestrados de nacionalidades diversas, como norte-americanos, britânicos, franceses, alemães, italianos, argentinos e ucranianos. A informação foi confirmada por Jonathan Conricus, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, em um comunicado por vídeo.

Segundo o governo israelense, cerca de 150 pessoas foram aprisionadas durante invasão do Hamas no sábado (7). Entre as pessoas sequestradas e levadas para Gaza estão idosos, crianças e mulheres, inclusive a DJ Shani Louk, que participava do festival de música Universo Paralello.

O Itamaraty, no entanto, não tem a confirmação da informação. Nem a Embaixada do Brasil em Tel-Aviv, nem o Escritório de Representação do Brasil em Ramala têm essa informação.

Entre os brasileiros desaparecidos, Karla Stelzer Mendes, que participava do mesmo festival de música eletrônica, é uma das pessoas identificadas. No entanto, ainda não há confirmação de que ela seja a refém mantida pelo Hamas. Outros dois brasileiros desaparecidos, Bruna Valeanu e Ranani Glazer, foram encontrados mortos em Israel.

Essa situação é um dos aspectos complexos da guerra atual entre o grupo Hamas e Israel, já que, pela primeira vez, o Hamas capturou um grande número de pessoas em Israel para mantê-las como reféns na Faixa de Gaza.

O Hamas afirma que vai utilizar os reféns para poder fazer trocas de prisioneiros com Israel e informa que possui uma proporção equivalente de presos e cativos. Estima-se que existam cerca de 5,7 mil palestinos presos políticos em prisões israelenses, ou seja, pode haver mais de 5 mil cidadãos de Israel e estrangeiros - entre soldados e civis - detidos pelo Hamas.

A presença de reféns em Gaza tem dificultado os esforços de Israel para retaliar os ataques do Hamas. Segundo a agência de notícias Reuters, o país estaria estudando uma ofensiva terrestre no enclave, enquanto o grupo militante ameaçou executar um refém para cada casa atingida por Israel.

O sequestro de reféns é considerado um crime de guerra pela Convenção de Genebra, assim como o ataque a alvos civis e o cerco contra apoio humanitário, ambas práticas tomadas por Israel no conflito.

Operação de alto risco

As autoridades brasileiras preparam uma operação para retirar 30 nacionais residentes de Gaza, território palestino alvo de conflitos desde o último sábado (7), quando o Hamas iniciou uma ofensiva contra Israel. A data de saída é incerta, mas o embaixador Alessandro Candeas, chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, afirmou que a maior parte dos preparativos já foi feita.

"Estamos com dois ônibus alugados, com os pontos de encontro definidos. Apenas aguardamos duas coisas: a autorização do Egito para cruzar a fronteira, e que a própria fronteira esteja aberta. Ela foi bombardeada três vezes — disse Candeas a "O Globo". "Quando isso vai acontecer? Espero que o mais rápido possível, porque a janela de segurança está se fechando.

Entre segunda e terça-feira, o posto fronteiriço de Rafah, por onde os ônibus com os brasileiros irão passar, foi alvo de bombardeios da Força Aérea Israelense, segundo a agência AFP. O trecho, localizado ao sul, é um dos poucos caminhos para dentro e fora de Gaza que não é controlado por Israel. Por conta dos ataques, a passagem chegou a ser fechada ao longo dos últimos dias.

Compartilhar