MUNDO
Três brasileiros estão desaparecidos em Israel após ofensiva do Hamas
Por Gabriel Mansur
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Publicado em 09/10/2023 às 15:24
Alterado em 09/10/2023 às 17:02
Três brasileiros estão desaparecidos após o ataque surpresa e sem precedentes do grupo armado Hamas contra Israel no último fim de semana. Os nomes não foram revelados oficialmente pelo governo, mas dois deles foram identificados pela Embaixada de Israel no Brasil. O Itamaraty ressaltou que o trio possui dupla nacionalidade.
Os dois brasileiros identificados pela embaixada são o gaúcho Ranier Glazer e a carioca Bruna Valeanu. Eles estavam em uma festa rave no sul de Israel, local a menos de 20 quilômetros da fronteira com a Faixa de Gaza e que foi alvo da ofensiva do Hamas na madrugada de domingo (8). Foram encontrados ao menos 260 corpos no espaço, segundo o jornal “The Times of Israel”.
Entrevistados afirmaram que havia jipes com homens armados atirando nas pessoas que tentavam fugir a pé ou de carro. Uma mulher disse à agência de notícias Reuters que teve de se fingir de morta até a chegada do resgate, feito por soldados do Exército de Israel.
Quem são?
Ranani, de 24 anos, mora desde os 17 em Israel, junto do pai, enquanto a mãe vive em Porto Alegre. Ele estudou no Colégio Israelita, que fica na cidade gaúcha, e prestou serviço militar em Israel. Na capital Tel Aviv, ele trabalha como entregador.
De acordo com familiares, Glazer estava na festa com a namorada, Rafaela Treistman, e um amigo. Ele postou um vídeo nas redes sociais em que mostra a fumaça e é possível ouvir o som dos foguetes.
"Cara, eu juro que essa situação não tem como inventar. No meio da rave, a gente parou num bunker, começou uma guerra em Israel, pelo menos a gente tá num bunker agora, seguro. Vamos esperar dar uma baixada nisso, mas, cara, foi cena de filme agora, gente correndo, quilômetros, para achar um lugar pra se esconder, velho", disse.
Outra identidade confirmada pela Embaixada de Israel no Brasil é a de Bruna Valeanu, que também estava na festa. A família dela sofre com a falta de notícias da jovem carioca desde sábado.
Ela mora em Israel há oito anos e faz faculdade de comunicação e marketing. Bruna foi para a festa com um grupo grande de amigos, brasileiros e israelenses, e acabou se separando deles durante o ataque.
"Sendo muito sincera, a minha melhor esperança é que ela tenha sido sequestrada. Porque, senão, eu acho que é isso, ela não sobreviveu", disse Nathalia, irmã da jovem desaparecida. “Ela [Bruna] foi para esta festa, estava com um grupo grande de amigos, muitos brasileiros e israelenses. Ela acabou se separando, na hora do ataque, das outras amigas dela, que já se salvaram. Ela ficou em um grupo onde estava o Liam, um amigo do trabalho, que é israelense”, contou Nathalia.