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Papa Francisco estimula Igreja a abençoar casais do mesmo sexo

Pontífice pontuou, no entanto, que a união homoafetiva não deverá ser equivalente ao matrimônio

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 03/10/2023 às 14:36

Alterado em 03/10/2023 às 14:36

Papa Francisco Vaticano

O papa Francisco deixou aparentemente aberta a possibilidade de padres darem bênçãos a casais do mesmo sexo, desde que limitadas, decididas caso a caso e que não sejam confundidas com cerimônias de casamento de casais heterossexuais.

A declaração foi publicada pelo Vaticano, nesta segunda-feira (2), em resposta a perguntas de cinco cardeais conservadores, da Ásia, Europa, África, Estados Unidos e América Latina, enviadas ao pontífice em julho. Os temas serão abordados em um encontro global, que começa nesta quarta-feira (4).

Em especial, a resposta dada por Francisco sobre a união de pessoas do mesmo sexo causou insatisfação ao divergir da resolução conservadora do Vaticano em 2021 sobre o tema, que tornou expressamente proibida a bênção aos casais LGBTs.

Ao defender a abertura da Igreja, o pontífice acrescentou que “a caridade pastoral deve permear todas as nossas decisões e atitudes” e que a bênção, mais que a aprovação de uma união, é uma forma de aproximar a população LGBT da igreja. Segundo ele, algumas vezes os pedidos de bênção são a forma de as pessoas se aproximarem de Deus e viver vidas melhores, mesmo que alguns atos sejam "objetivamente moralmente inaceitáveis".

A Igreja ensina que ter atração por pessoas do mesmo sexo não é pecado, mas engajar-se em atos homossexuais, sim. Porém, o pontífice acredita que quaisquer eventuais bênçãos não devem se tornar a norma ou obter aprovação explícita das jurisdições da Igreja, como dioceses e conferências nacionais de bispos.

Em agosto deste ano, Fracncisco já tinha afirmao que "mulheres trans são filhas de Deus" e que o "as ama como são". Desde que assumiu o maior posto da igreja Católica, Francisco tem sido o pontífice mais flexível com as questões LGBTs.

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