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Queda de avião na Rússia mata chefe de Grupo Wagner, que liderou rebelião contra governo Putin

Yevgeny Prigozhin estaria entre os 10 mortos no acidente aéreo, segundo informaram agências e jornais russos

Por GABRIEL MANSUR
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Publicado em 23/08/2023 às 15:39

Alterado em 23/08/2023 às 17:13

Yevgueni Prigozhin, chefe do Grupo Wagner Foto: Wagner Account

O líder da organização paramilitar russa, Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, morreu em um acidente de avião nesta quarta-feira (23). A queda da aeronave, na região de Tver, ao norte da capital Moscou, deixou outras nove pessoas mortas, segundo informou a agência de notícias russa Ria Novosti.

Prigozhin, que liderou uma rebelião fracassada contra o governo de Vladimir Putin em junho, era dono do jato particular Embraer Legacy que fazia um voo de Moscou a São Petersburgo. Por enquanto, oito corpos foram encontrados no local da queda, de acordo com a Ria. Havia sete passageiros e três funcionários a bordo.

"Foi iniciada uma investigação sobre a queda do avião da Embraer que aconteceu na região de Tver nesta noite. De acordo com a lista de passageiros, o nome de Yevgeny Prigozhin estava na lista", disse a Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya) em nota.

De acordo com o jornal russo Kommersant, o avião pertencia ao Grupo Wagner desde 2020, e caiu após menos de 30 minutos da decolagem. Um canal do Telegram ligado ao Grupo Wagner, Gray Zone, afirma que não foi um acidente, mas que a aeronave teria sido abatida pelas defesas aéreas.

Quem é?

Prigozhin foi fundador do Grupo Wagner e era um aliado de longa data de Putin até a tentativa fracassada de motim. Membros do Grupo Wagner - incluindo Prigozhin - participaram de um levante que visava questionar o comando militar russo e a condução da guerra pelo Kremlin, depois que a organização paramilitar sofreu um grande número de baixas na guerra da Ucrânia.

O grupo foi dissolvido neste ano, depois da tentativa falha do um golpe. Na ocasião, os mercenários marcharam em direção à capital Moscou, com objetivo de destituir o ministro de Defesa russo por “má administração” da guerra.

O desentendimento começou após Prigozhin acusar o governo russo de promover um ataque contra bases da sua organização. O líder mercenário também já havia reclamado que não havia equipamento suficiente para os combates na Ucrânia, e que o presidente russo, Vladimir Putin, tomava para si vitórias obtidas pelos seus combatentes.

O motim, embora fracassado, foi a maior ameaça a Putin em suas duas décadas de poder. Após algumas horas de marcha, a revolta foi interrompida. Por meio de um acordo, o presidente russo teria perdoado o chefe do grupo Wagner, que deveria ir para a vizinha Belarus em exílio.

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