MUNDO
No Japão, Lula defende Vinícius Jr e cobra providências da Fifa e LaLiga
Por Gabriel Mansur
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Publicado em 21/05/2023 às 20:55
Alterado em 21/05/2023 às 21:00
Lula Reprodução
Em entrevistas a jornalistas antes de retornar do Japão, onde participou do encontro das sete maiores economias do mundo, o G7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de abrir sua fala demonstrando apoio ao atacante brasileiro Vinicius Junior, que mais uma vez foi vítima de racismo na Espanha, agora por torcedores do Valencia, no estádio Mestalla.
O petista mostrou indignação com o fato de Vini sofrer ataques raciais "quase na metade do século 21". E cobrou providências da Fifa, entidade máxima do futebol mundial, e Laliga, responsável pelo futebol espanhol.
"Não é justo que um menino pobre, que venceu na vida, que está se transformando possivelmente em um dos melhores jogadores do mundo, certamente do Real Madrid é o melhor, seja ofendido em cada estádio que aparece. Penso ser importante que a Fifa, a liga espanhola e a liga de diversos países tomem providências, pois não podemos permitir que o fascismo e o racismo tomem conta dentro dos estádios de futebol", afirmou.
Queria fazer um gesto de solidariedade ao @vinijr, um jovem que certamente é o melhor jogador do Real Madrid, e que sofre repetidas ofensas. Espero que a Fifa e outras entidades tomem providências, para não deixar que o racismo tome conta do futebol.
— Lula (@LulaOficial) May 21, 2023
Durante seu discurso, Lula destacou que Vini "certamente é o melhor jogador do Real Madrid".
Ministros apoiam brasileiro
Além de Lula, membros do alto escalão do governo se manifestaram nas redes sociais. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, usou o Twitter para prestar apoio ao jogador. “Isso é deplorável, inaceitável e deve ter consequências”, ressaltou.
Anielle Franco, titular do Ministério da Igualdade Racial, também se manifestou: “Independente de brilhar como Vini brilha, o racismo não dá sossego. Vamos trabalhar para superar todo o odioso racismo que jogadores brasileiros ainda sofrem dentro e fora dos campos e das quadras”, escreveu.
Já a ministra dos Esportes, Ana Moser, se disse “indignada e revoltada”. “Vamos trabalhar com o governo espanhol para que crimes de racismo sejam severamente punidos”, afirmou.
Entenda o caso
Numa jogada pela esquerda de ataque do Real, Vinicius Junior foi atrapalhado por uma segunda bola dentro de campo. O atacante do Real Madrid reclamou disso com a arbitragem, e parte da torcida mais perto do gol do Valencia o hostilizou fortemente com xingamentos racistas - chamando-o de "mono", que é macaco em espanhol.
Vinicius puxou o árbitro Ricardo De Burgos Bengoetxea para denunciar um determinado torcedor atrás do gol. Pelas imagens de transmissão e fotos, é possível ver que outros jogadores, dos dois times, tentam acalmar os ânimos. Caso do lateral-esquerdo Gayà, capitão do Valencia.
A partida chegou a ser paralisada por oito minutos - dos 24 aos 32 do segundo tempo. A bola voltou a rolar e, por volta dos 48 minutos, começou nova confusão na área do Valencia. O goleiro Mamardashvili partiu para cima de Vini, e outros atletas foram envolvidos. No meio do empurra-empurra, o atacante Hugo Duro deu um mata-leão no brasileiro, segurando-o pelo pescoço.
Ao se desvencilhar, Vinicius acertou o rosto do adversário. Acalmados os ânimos, o VAR chamou Burgos Bengoetxea, que reviu o lance e decidiu expulsar o brasileiro.