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Governo britânico sabia da falha de segurança há 10 meses, diz jornal 

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Um relatório interno do governo britânico antecipou em setembro do ano passado os problemas de segurança que tiveram estopim na semana passada, informou o jornal inglês The Independent neste domingo. A empresa privada contratada para a Olimpíada deixou um rombo de 3,5 mil guardas e homens do exército foram chamados às pressas.

Os inspetores da polícia do Reino Unido enviaram para o Ministério do Interior um relatório levantando dúvidas sobre a capacidade da G4S de cuidar da segurança da Olimpíada. Não se sabe se a ministra Theresa May chegou a lê-lo ou o texto ficou apenas com o ministro junior James Brokenshire.

May disse à Câmara dos Comuns na semana passada que havia garantias da empresa até "muito recentemente" e que o rombo no número de guardas só ficou "cristaliano" no dia anterior, quando o governo mobilizou o exército. Para os opositores da política do Partido Conservador, as palavras cuidadosas da ministra indicam que ela já sabia dos problemas há algum tempo.

Três meses depois do relatório chegar ao Ministério do Interior, o número de homens exigidos pelo contrato subiu de 2 mil para 10,4 mil. A organização da Olimpíada acredita que esse salto deveria ter feito o órgão fiscalizar a empresa com mais cuidado.

O chefe-executivo da G4S, Nick Buckles, pediu desculpas diretamente às tropas britânicas e disse que sua firma vai pagar uma multa de 20 milhões de libras (R$ 63 milhões) pela falha e mais 30 milhões de libras (R$ 95 milhões) ao Ministério da Defesa pelo uso do exército.

De acordo com o Independent, a empresa foi escolhida por apresentar um preço 25% menor que as outras. O contrato prevê o pagamento de 284 milhões de libras (R$ 900 milhões). O valor baixo seria "altamente atraente à paranoia britânica de ficar abaixo do orçamento". A falha que levou a esse problema, segundo uma fonte interna, foi no sistema de computadores, que errou o cálculo.