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Suspeita de corrupção,Cristina Kirchner denuncia perseguição

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A ex-presidente da Argentina e atual senadora, Cristina Kirchner, compareceu nesta segunda-feira (13) no Tribunal de Buenos Aires para testemunhar sobre o processo que investiga uma rede de propinas de empresários a funcionários do governo (2003-2015), mas recusou a responder às questões da Justiça e denunciou uma suposta perseguição política. 

Segundo a imprensa argentina, Kirchner também entregou um documento ao juiz federal Claudio Bonadio no qual pede a nulidade do processo que é acusada de liderar um esquema de corrupção para desviar milhões de dólares de obras públicas. A senadora nega todas as acusações. A audiência aconteceu no tribunal de Comodoro Py e foi liderada pelo juiz Claudio Bonadio. Ele também foi o responsável por suspender a imunidade parlamentar de Kirchner no caso do suposto pacto secreto com o Irã.    

Segundo as investigações, a senadora e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), já falecido, receberam malas de dinheiro obtidas por meio de construtoras e empresas de energia. O escândalo de corrupção foi revelado após uma reportagem do jornal argentino "La Nación", o qual informou que o motorista Oscar Centeno, do Ministério do Planejamento, detalhou o trajeto do dinheiro lavado do governo em oito cadernos escolares, por ser o responsável pelas entregas. 

A imprensa batizou o caso como "Cadernos da Corrupção". Os documentos apresentam a origem e destino do dinheiro, incluindo a data, horário, placas de carro, valores, nomes e endereços de todos os envolvidos. Segundo os dados, o esquema envolveu mais de 20 empresas e movimento mais de US$160 milhões. Com a revelação, o magistrado Bonadio determinou a prisão de 12 empresários e ex-funcionários do governo, além de pedir a retirada do foro privilegiado de Kirchner.