O governo de Brasil afirmou esperar que o decreto assinado pelo presidente americano Donald Trump, nesta quarta-feira (20), para pôr fim à separação de famílias de imigrantes na fronteira acabe de forma "efetiva" com essa prática "cruel".
Embora a maioria dos mais de 2.300 menores de idade separados de seus pais sejam filhos de centro-americanos que fogem da violência, há também alguns brasileiros entre eles.
As autoridades brasileiras haviam relatado inicialmente pelo menos oito casos, mas nesta quarta-feira esse número foi elevado para 49, segundo dados do consulado do Brasil em Houston.
O governo de Michel Temer "acompanha com muita preocupação o aumento de casos de menores brasileiros separados de seus pais ou responsáveis que se encontram sob custódia em abrigos nos Estados Unidos, o que configura uma prática cruel e em clara dissonância com instrumentos internacionais de proteção aos direitos da criança", afirmou a chancelaria em comunicado.
O Brasil espera que el decreto emitido nesta quarta-feira pelo governo de Trump "implique a efetiva revogação da prática de separação entre os menores e seus pais ou responsáveis", acrescentou a nota.
O ministério das Relações Exteriores instruiu também os consulados do Brasil nos EUA a reforçar as medidas para a proteção consular aos menores, através do mapeamento dos abrigos no país para a identificação de novos casos ou mediante a orientação aos pais das ações legais que podem ser tomadas para a reunificação familiar.
Fortemente criticado, o presidente Donald Trump voltou atrás nesta quarta-feira e anunciou que colocará fim à sua política de separação familiar, mas advertiu que a "tolerância zero" à imigração ilegal continuará.
Trump não informou como as famílias se reencontrarão com as milhares de crianças que já foram separadas.
csc/cc/mvv