O presidente russo, Vladimir Putin, recebe a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta sexta-feira (18), na cidade costeira russa de Sóchi em um momento no qual Moscou e os países europeus se mobilizam para tentar salvar o acordo nuclear com o Irã.
Esse encontro também permitirá ao presidente russo, que se impôs nos últimos anos como um ator-chave no Oriente Médio, defender a reativação de um processo político na Síria.
Antes de seu encontro com Merkel, Putin recebeu, na quinta-feira, o presidente sírio, Bashar al-Assad, com o qual abordou o futuro do país em guerra e a necessidade de encontrar uma solução política para o conflito e preparar a reconstrução e o retorno dos refugiados.
Previsto para esta tarde entre Putin e Merkel às margens do mar Negro, o encontro também deve se concentrar na decisão do presidente americano, Donald Trump, de abandonar o acordo sobre o programa nuclear iraniano. A medida foi condenada em conjunto pela União Europeia (UE).
Essa questão é uma das poucas, nas quais europeus e Moscou estão de acordo, depois da deterioração de suas relações nos últimos anos por culpa do conflito sírio, da anexação da Crimeia por parte da Rússia e da guerra no leste da Ucrânia.
Essas tensões se agravaram recentemente, após o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal na Inglaterra, que provocou uma histórica onda de expulsões de diplomatas.
No âmbito do acordo firmado em 2015, o Irã aceitou limitar sua capacidade nuclear e se comprometeu a não tentar obter a arma atômica, em troca da suspensão de uma parte das sanções internacionais.
Os europeus tentam evitar que Teerã abandone o acordo e retome seu programa para conseguir se dotar de armas nucleares. E querem proteger seus investimentos no país, ameaçados por sanções econômicas impostas por Washington.
Também em Sóchi, o último encontro bilateral entre Putin e Merkel remonta a maio de 2017.
"Qualquer encontro com o dirigente de um país líder da UE tem uma importância especial (...) e eles se reúnem pela primeira vez desde a reeleição de Putin e Merkel. É muito importante", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa, nesta sexta-feira.
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