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Hungria se nega a ratificar declaração euro-africana sobre migração

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A Hungria rejeitou nesta quarta-feiro (2) ratificar uma declaração euro-africana que reconhece "as vantagens das migrações em termos de desenvolvimento", adotada em uma conferencia ministerial no Marrocos que reunia cerca de 60 países de Europa e África.

A "declaração política de Marrakech" foi assinada pelos representantes de 55 países (27 europeus e 28 africanos).

O texto "descreve a migração como um fenômeno necessariamente positivo (...) que contribuiu ao desenvolvimento global" e "nós pensamos que se trata de um enfoque desequilibrado e não estamos de acordo com ele", declarou o ministro húngaro das Relações Exteriores, Peter Szijarto.

"Nossa posição é de que temos que nos concentrar nos meios para frear a migração ilegal e não impulsioná-la", disse durante esta coletiva, organizada em Marrakech.

"No podemos negar que a migração tem um aspecto crucial relacionado com a segurança: é inaceitável que se tenha deixado de lado neste documento", afirmou, em referência aos atentados que atingiram a Europa nesses últimos anos.

A Hungria rejeita "a visão internacional atual (que) se concentra na forma de administrar a migração", pois o que se teria que fazer é "frear o fluxo ilegal na Europa", insistiu.

A declaração de Marrakech defende uma "visão fundada nos direitos humanos", sobre a "proteção de migrantes em situação vulnerável" e sobre o desenvolvimento de uma comunicação que permita lutar contra "a xenofobia, o racismo e as discriminações".

O texto também inclui um trecho sobre a luta contra a migração clandestina e a ajuda ao regresso dos migrantes.

A Hungria, onde o primeiro-ministro soberanista Viktor Orban acaba de ser reeleito, é alvo de críticas de seus parceiros europeus pela política hostil em relação aos migrantes que está sendo aplicada desde 2015.

sof/vl/es/cc/mvv