A instabilidade política na Arábia Saudita está aumentando depois de o rei Salman bin Abdulaziz ter iniciado uma grande reorganização do governo do país, tentando fortalecer a influência de seu filho Mohammed bin Salman.
Os decretos reais de Salman bin Abdulaziz, incluindo a nomeação de seus outros filhos como ministro da Energia e embaixador nos EUA, abriram uma caixa de Pandora, escreve a mídia russa Vestifinance.
Suas ações podem escalar até um conflito direto com seu sobrinho Muhammad bin Nayef, o primeiro na linha de sucessão ao trono.
"No palácio real pode se desencadear uma luta pelo poder, já que a reestruturação atual é um passo direto para aumentar a influência do ramo Saud da família", disse o portal.
Embora o príncipe Muhammad bin Nayef continue a ter relações próximas com Washington, a nomeação do filho de Salman pode ser interpretada como tentativa de concentrar as relações políticas com as autoridades norte-americanas na sua família.
A reestruturação da defesa também deve alarmar Muhammad bin Nayef. O rei criou o Centro de Segurança Nacional, que de fato é concorrente direito do órgão de defesa já existente, o Conselho de Segurança chefiado por Muhammad bin Nayef.
Para consolidar completamente o poder, Salman também precisa da estabilidade econômica, o que ele tenta alcançar reduzindo a dependência do país dos preços de petróleo. Entretanto, o país sofre um défice de $50 — $53 bilhões em 2017, já que o preço do "ouro negro" ainda é cerca de $50 por barril. Para reequilibrar o orçamento, as autoridades planejam seguir uma rigorosa política fiscal rigorosa.
Esse fato provoca ânimos de protesto. Embora não se tenham realizado manifestações, as forças de segurança estão em alerta e são deslocadas para as ruas centrais de Riad. A oposição se manifesta de maneira cada vez mais patente sob o nome "Movimento 21 de abril", divulgando suas informações através do Twitter.