O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou por telefone com o mandatário das Filipinas, Rodrigo Duterte, nesta sexta-feira, dia 2, e o convidou para visitar a Casa Branca no ano que vem. Segundo o conselheiro especial de Duterte, Christopher Go, em um comunicado divulgado à imprensa, o telefonema teve cerca de sete minutos e a conversa foi muito "animada e cordial". A conversa vem em uma época na qual as relações entre o atual presidente dos EUA, Barack Obama, e o filipino, que assumiu a Presidência do país asiático há apenas cinco meses, estão bem conturbadas.
As tensões diplomáticas começaram quando o norte-americano criticou a política de tolerância zero contra o tráfico de drogas adotada pelo governo de Manila, que já matou mais de 2 mil pessoas nos últimos meses, e Duterte respondeu chamando o presidente democrata de "filho da puta" e dizendo que Obama pagaria se interferisse na situação.
O presidente filipino chegou a se desculpar um dia após os "fortes comentários" através de seu porta-voz, mas as relações já haviam sido abaladas. Além disso, o mandatário tem mudado a política externa do país, criticando a postura dos Estados Unidos e tentando ampliar suas relações com a China, sua rival, e com a Rússia, medidas vistas com preocupação pelo governo norte-americano.
Duterte também já é conhecido por fazer outras declarações polêmicas, como afirmar que jornalistas "filhos da puta" ou corruptos deveriam morrer e que a União Europeia deveria "se foder". O político ainda chegou a se comparar ao ditador nazista Adolf Hitler dizendo que ficaria feliz se conseguisse "massacrar" os viciados em droga do país.