Duas pesquisas eleitorais divulgadas nesta sexta-feira (03) mostram que a fillha do ex-ditador peruano Alberto Fujimori, Keiko, lidera a corrida eleitoral para a Presidência do país contra o ex-ministro da Economia Pedro Pablo Kuczynski.
Segundo os dados divulgados pelo CPI, Keiko tem 51,6% dos votos válidos contra 48,4% do rival, também conhecido como PPK. Já um levantamento feito pelo Datum, mostra uma vantagem um pouco maior para Keiko: 52,1% contra 47,9%.
Apesar dos dados darem vantagem para a filha do ex-ditador, analistas dizem que não é possível confirmar a vitória dela, já que o movimento anti-fujimorista ganhou força nas últimas semanas e há cerca de 10% de eleitores que se declararam indecisos nos levantamentos.
Além disso, a campanha de Kuczynski está sendo apoiada até por partidos de esquerda, que preferem defender um candidato de direita a abrir mão de um posicionamento e "correr o risco" da volta do fujimorismo na nação. Para se ter ideia, no primeiro turno, PPK havia conquistado apenas 23,7% dos votos - menos da metade do que as intenções de voto apontam no segundo turno.
Desde a noite de ontem (02), as campanhas eleitorais não podem mais ser realizadas de acordo com a lei peruana. Nos comícios de despedida, Keiko reafirmou que lutará contra a "violência e a delinquência" no Peru e acusou seu concorrente de "não ter pulso firme" para enfrentar esses problemas.
Por sua vez, a campanha de Kuczynski alertou que o Peru "se tornará um narco-Estado" caso Keiko vença, lembrando as denúncias de que o partido dela é financiado pelo tráfico de drogas, além de alertar que ela causará um retrocesso nas leis de direitos humanos no país - visto que seu pai está na cadeia, justamente, por violar os direitos humanos durante sua ditadura.
Neste domingo (05), cerca de 23 milhões de eleitores irão às urnas para definir quem irá suceder Ollanta Humala, o atual mandatário. O vencedor assumirá ainda neste ano e seguirá seu mandato até 2021.