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'FT': Nicolás Maduro é o senhor da desordem da Venezuela

O presidente que colocou seu país no mais profundo caos 

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Matéria publicada neste sábado (21) no Financial Times, conta que desde que se tornou presidente da Venezuela, Nicolás Maduro faz pronunciamentos e toma medidas em memória de Hugo Chávez. O corpulento homem de 53 anos de idade, afirmou que fala com o espírito de seu antecessor, que se manifesta como um "passarinho". Em reuniões de gabinete ele acena um livro de provérbios de seu mentor como se fossem psicografados. Ele até argumentou que Chávez deve ser santificado: uma rara menção ao cristianismo pelo  Sr. Maduro, que uma vez comparou o socialismo venezuelano a "Cristo com a multiplicação dos pênis" - se referindo ao capítulo da bíblia onde fala-se da multiplicação dos pães.

Hoje, fala o Financial Times, a Venezuela é dominada por apagões, inflação galopante, enormes taxas de homicídio, escassez de produtos básicos e medicamentos. José Mujica, o ex-presidente do Uruguai, esta semana chamou Maduro de "louco como um bode". Mais de dois terços dos venezuelanos acreditam que ele não deve terminar seu mandato. 

De acordo com o Financial Times, na semana passada, Maduro concedeu a si mesmo super poderes para esmagar a dissidência. O aumento da popularidade de Maduro era tão improvável quanto a descida da Venezuela ao caos atual. 

Segundo a reportagem, além do apoio simbólico de Cuba ali ao lado, a Venezuela está isolada. A China, que já emprestou $ 65 bilhões a Caracas por entregas de petróleo no futuro, provavelmente não ajudará novamente em breve. Uma nação que não conseguiu equilibrar as suas contas quando o petróleo era vendido por US $ 100 o barril agora não tem mais dinheiro.

Internamente, conta o jornal inglês Financial Times,  a oposição ganhou o controle do Congresso Nacional nas eleições do ano passado e pediu um referendo  alegando "falta de confiança", no poder de Maduro , que chama a oposição "bichas" e jura que irá bloquear este processo constitucionalmente permitido. O Vaticano está tentando intermediar o diálogo. Mas as esperanças de um governo de coalizão são escassas.

O FT diz que considera o papel do exército como árbitro crucial.  Há especulações persistentes de um golpe palaciano apoiado pelos militares, especialmente se continuar acontecendo saques. Há um risco crescente de uma crise humanitária.

No entanto, o Sr. Maduro pode se agarrar. Luis Almagro, chefe da Organização dos Estados Americanos, na quarta-feira (!8) o chamou de "um ditador mesquinho", enquanto Henrique Capriles, um líder da oposição, teme que a Venezuela seja "uma bomba-relógio". Ambas as acusações parecem ser muito verdadeiras, finaliza o editor do Financial Times da América Latina em seu texto.