matéria publicada nesta terça-feira (29) no The Wall Street Journal, conta que Graciela Bevacqua ainda se lembra da humilhação sentida quando foi expulsa de seu emprego na agência de estatísticas da Argentina por recusar-se a manipular dados. A matemática teve depressão, enfrentou problemas financeiros e foi alvo de uma investigação criminal por divulgar, depois de demitida, suas próprias estimativas de inflação. Hoje, nove anos mais tarde, Bevacqua está de volta ao seu antigo emprego, agora como a número 2 do Instituto Nacional de Estatística e Censos, ou Indec. Ela está tentando reorganizar o manchado órgão de coleta de dados como parte do esforço do presidente Mauricio Macri para reformar 12 anos de políticas econômicas populistas e reanimar a economia.
Segundo a reportagem, consertar a tabulação de dados do Indec é vital para que a guinada de Macri na economia funcione. Os dados de inflação, que são observados de perto pelos argentinos, são essenciais para as empresas fazerem seus orçamentos, os sindicatos planejarem negociações salariais e para o Estado determinar a taxa de pobreza e direcionar os serviços sociais de forma eficiente.
Nas duas primeiras semanas como presidente, Macri extinguiu a maioria dos impostos sobre exportação de produtos agrícolas, cortou impostos de renda de pessoas físicas e anunciou um investimento de US$ 500 milhões em petróleo de xisto. Ele também encheu seu gabinete com ex-executivos do setor privado. Seu ministro da Economia, Alfonso Prat-Gay, já dirigiu o departamento de pesquisa de câmbio do J.P. Morgan Chase & Co. e o ministro da Energia, Juan José Aranguren, já foi o diretor-presidente da Shell Argentina.