Um total de 4 mil pessoas, tanto civis quanto milicianos jihadistas, se preparam neste sábado (26/12) para deixar três bairros de Damasco. A retirada acontece um dia após a morte de Zahran Allush, líder do Jaish al-Islam (Exército do Islã), principal grupo armado da região, em um bombardeio reivindicado pelo exército de Assad.
Várias dezenas de líderes e guarda-costas foram mortos, entre eles 12 do Jaish al-Islam e sete do Ahrar al-Sham, outro destacado grupo rebelde.
A evacuação será realizada no âmbito de uma trégua negociada entre o governo de Bashar al-Assad e representantes da população, para permitir a saída do campo de refugiados palestinos de Yarmuk e dos bairros de Qadam e Hajar al Aswadde de civis e de combatentes do grupo Estado Islâmico (EI) e da Frente al-Nosra. No entanto, a retirada poderá ser prejudicada pela morte de Zahran Allush.
Estes três bairros do sul da capital sofreram uma profunda degradação de suas condições de vida devido ao cerco imposto pelo exército desde 2013, afirma o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede em Londres.
Trata-se do primeiro acordo deste tipo que envolve o EI, após o fracasso de quatro tentativas anteriores de negociação para evacuar a população.
A organização Jaish al-Islam, vinculada à Arábia Saudita, controla a maior parte da periferia leste da capital, bombardeada regularmente pelas forças governamentais e pela aviação russa.
O governo sírio acusa este grupo de bombardear a capital.