O enviado das Nações Unidas para a Líbia, Bernardino León,
anunciou nesta sexta-feira (9/10) a formação de um governo líbio de unidade
nacional, presidido por Fayez el Sarraj e com três vice-primeiros-ministros:
Ahmad Meitig, Fathi el Mejbri e Musa el Koni.
Em entrevista coletiva realizada em Skhirat, no Marrocos, onde ocorrem as negociações, Léon disse que "após um ano de esforços neste processo envolvendo mais de 150 personalidades líbias, representando todas as regiões, finalmente chegou o momento de poder propor a formação de um governo de unidade nacional".
A proposta inclui vários candidatos a ministros e a postos-chave, como o Conselho de Estado, que seria entregue a Abderrahman Swehli, e o Conselho de Segurança Nacional, que caberia a Fathi Bashagha.
"Muitos líbios perderam a vida e muitas mães sofreram. Atualmente, quase 2,4 milhões de líbios precisam de ajuda humanitária", assinalou o enviado da ONU para a Líbia.
"Estamos convencidos de que (a composição deste governo) pode funcionar (...). Os líbios devem aproveitar esta oportunidade histórica para salvar o país".
Quase quatro anos após a queda do regime de Muammar Kadhafi, a Líbia segue em caos, com dois parlamentos e dois governos: o Congresso Geral Nacional (CGN), controlado pela coalizão de milícias Fajr Libya, com sede em Trípoli, e o Parlamento em Tobruk, reconhecido pela comunidade internacional.
Em um comunicado oficial publicado durante a madrugada, a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, disse que “a União Europeia apoia por completo o texto final e os altos responsáveis do governo de unidade nacional que terão a responsabilidade de compor o novo governo e de aplicar os termos do acordo".
Mogherini anunciou ainda que a UE está disposta a oferecer
ao novo governo apoio político e financeiro, concretamente 100 milhões de
euros.
Por Denise de Almeida