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Menina síria de 5 anos morre em naufrágio na costa grega

Hungria chama Croácia de 'traidora' e Eslovênia anuncia oferta de 10 mil asilos

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Uma menina síria de cinco anos foi encontrada morta neste sábado (19) após o naufrágio de uma embarcação que tentava chegar à Grécia a partir da Turquia. Outros migrantes são considerados desaparecidos e 11 pessoas foram socorridas. A embarcação navegava com 26 pessoas, segundo testemunhas. As informações são da agência oficial grega ANA.

Segundo informações da Guarda Costeira do país, publicadas pela Ansa, a menina já foi retirada do mar inconsciente e morreu no hospital da ilha. 

De acordo com autoridades turcas, 274 migrantes morreram afogados nas costas do país e mais de 53.200 pessoas foram resgatadas pela Guarda Costeira desde o início do ano.

Na sexta-feira (18), o corpo de uma outra menina, de quatro anos, foi encontrado em uma praia da região de Cesme, Leste da Turquia, depois de um naufrágio. Na tentativa de atravessar o Mar Egeu a partir da Turquia, muitos já morreram. Na terça-feira (15), 22 pessoas morreram tentando chegar à ilha grega de Kos. 

No início do mês, o menino sírio Aylan Kurdi, de três, se afogou ao lado de 11 pessoas, incluindo seu irmão de cinco anos e sua mãe, no naufrágio de duas embarcações que tentavam chegar à ilha de Kos. A imagem do menino rodou o mundo e sensibilizou líderes do mundo inteiro. Mesmo assim, atitudes mais severas continuaram ou foram adotadas em relação aos refugiados por alguns países europeus. 

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou neste sábado que 80% dos imigrantes que estão tentando chegar à Europa pela rota dos Balcãs vêm da Síria, do Afeganistão e do Iraque. Os outros 20% vêm do Paquistão, Bangladesh, Burundi e outras nações da África subsaariana. 

Hungria chama Croácia de 'traidora' 

A Hungria acusou a Croácia de ter "traído" os princípios da União Europeia ao autorizar a passagem de milhares de imigrantes ilegais por seu território e disse que o país "mentiu" sobre todo o caso. Segundo o país, milhares de pessoas estão atravessando o território húngaro com a autorização dos croatas - mesmo com a construção de um muro entre os países vizinhos.    

Ao saber das acusações, o primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, disse que continuará "obrigando" os húngaros a receberem os deslocados. "Nós os obrigamos a acolher os imigrantes e continuaremos fazendo isso", disse o premier explicando que não foi assinado nenhum acordo com o governo húngaro sobre o tema. Reafirmando que sua nação "não virará um campo de refugiados europeu", Milanovic rebateu as medidas de ficar construindo muros nas fronteiras adotadas pela Hungria.    

"A ideia de fechar a fronteira é loucura porque só pode ser realizada com o uso brutal da força, atirando contra as pessoas.    

O único modo legal de fazer isso, sem erguer muros, é declarar estado de guerra ou de emergência", destacou. 

Eslovênia dará 10 mil asilos

Diferentemente da postura da Hungria, a Eslovênia começou a autorizar a passagem de grupos de refugiados que vêm da Croácia e querem chegar à Alemanha ou a Áustria. Segundo dados da polícia local, mais de mil imigrantes já passaram pela fronteira só neste sábado. Parte deles foi recolhida no centro de ajuda de Brezice, próximo à fronteira, e outros foram para centros menores de acolhimento.    

Segundo a embaixadora eslovena na Alemanha, Marta Kos Marko, seu país poderá receber até 10 mil deslocados, se estes pedirem refúgio ao governo local.    

"Se eles pedirem, nós os acolheremos e protegeremos. Temos capacidade para receber até 10 mil pessoas", disse Marko. Ela ainda ressaltou que, no passado, a Eslovênia foi amplamente ajudada por outras nações europeias.    

Ela ressaltou que seu governo quer "trabalhar de acordo com as regras de Schengen e do tratado de Dublin", mas disse que no conflito armado de 1991, a Eslovênia teve a solidariedade da Áustria e da Itália, que "interferiram imediatamente para nos ajudar".

* Com agência 'Ansa'

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