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Alemanha diz ser capaz de acolher 500 mil imigrantes por ano

Berlim se mobiliza para tentar solucionar uma das piores crises

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O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, anunciou nesta terça-feira (8) que o país tem a capacidade de acolher 500 mil imigrantes por ano, na mais recente demonstração de Berlim de gerenciar a crise de refugiados que atinge a Europa e a qual já é considerada a maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). "Acho que podemos receber cerca de meio milhão de pessoas durante alguns anos. Talvez até mais", comentou Gabriel, um dia após o governo da chanceler Angela Merkel informar que destinará seis bilhões de euros para gerenciar a situação. Por sua vez, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, disse ao Parlamento que a crise de refugiados é de "absoluta prioridade", mas que o governo não quer "criar novas dívidas" em suas contas devido a isso.

Rotas

 A Grécia recebeu hoje o reforço de navios, solicitado pelo governo e pelas Nações Unidas, para gerir a situação que está cada vez mais crítica na ilha de Lesbo, onde se encontram cerca de 2,5 mil imigrantes. Um centro para registros de refugiados foi aberto em um campo de futebol desativado e funcionará 24 horas pelos próximos cinco dias. De acordo com o ministro da Imigração da Grécia, Yiannis Mouzalas, a ilha está "à beira da explosão". O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) informou que ontem (7) o número de imigrantes que chegou à Grécia via Macedônia bateu o recorde, com sete mil sírios. 

Os estrangeiros estão seguindo viagem à pé para a Sérvia e para a Hungria. Já a Hungria, que tem recebido milhares de imigrantes diariamente que utilizam a rota balcânia com destino à Europa, quer acelerar a constução de um muro na fronteira com a Sérvia. Defedendo uma política mais austera contra o fluxo imigratório, o premier húngaro, Viktor Orban, disse que é preciso contratar mais operários para finalizar a obra na região, que atualmente conta com uma cerca de arame farpado de 175 quilômetros. De acordo com o Acnur, somente ontem, mais de 2,7 mil pessoas cruzaram a fronteira entre a Sérvia e a Hungria. A Comissão Europeia está elaborando uma proposta para ser apresentada aos países-membros da UE. 

Segundo fontes locais, o projeto prevê a distribuição entre Alemanha, França e Espanha de 60% de 120 mil imigrantes que chegaram à Itália, Grécia e Hungria nos últimos meses. Os países que não quiserem participar da iniciativa de receber imigrantes deverão pagar uma multa equivalente a 0,02% do Produto Interno Bruto (PIB), disseram fontes europeias à ANSA. A UE também pretende alocar quatro milhões de euros dos fundos de emergência para a Hungria, que tinha solicitado apoio financeiro em meados de agosto. A soma será utilizada para reforçar o sistema de acolhimento do país. (ANSA)