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Pesquisa mostra Grécia dividida entre 'sim' e 'não'

Referendo neste domingo decide se país aceita ou não condições dos credores

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Referendo neste domingo (5) vai apontar se a população grega apoia ou não as condições dos credores internacionais em troca de ajuda financeira. A opção “sim” no referendo grego - aceitação das condições dos credores, superou levemente o “não”, apoiado pelo governo, com 44,8% das preferências contra a 43,4%, de acordo com pesquisa publicada nesta sexta-feira pelo jornal “Ethnos”. O levantamento foi realizado pelo Instituto Alco entre 30 de junho e 1º julho, e mostra que 11,8% das pessoas entrevistadas continuam indecisas.

A pesquisa perguntou também se os gregos preferem o euro como moeda no país ou o retorno da moeda nacional. No total, 74% disseram que querem permanecer na zona do euro, contra 15% que querem uma moeda nacional. Já 11% estão indecisos.

A Justiça grega vai analisar nesta sexta-feira a constitucionalidade da votação. Duas pessoas entraram com uma ação contra a realização do referendo, já que se questiona se é possível consulta popular em casos de impostos.

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta sexta-feira que a análise do FMI mostrando que a dívida da Grécia é insustentável justifica a decisão de seu governo de rejeitar o pacote de ajuda dos credores, que não oferece alívio da dívida. Em discurso na TV no último dia de campanha antes do referendo no domingo, Tsipras renovou seu apelo aos gregos para votarem contra o pacote de resgate e dizerem “não” a chantagens e ultimatos.

"Ontem (quinta-feira) um evento de grande importância política aconteceu. O FMI publicou um relatório sobre a economia grega que é uma grande justificativa para o governo grego já que confirma o óbvio: que a dívida grega não é sustentável."

Tsipras tambem afirmou que deseja uma redução de 30% da dívida de seu país e um período de carência de 20 anos para garantir a viabilidade da dívida grega. 

Protestos na Europa

Milhares de pessoas saíram às ruas nos últimos dias, na Alemanha, Inglaterra, Itália e França, contra as medidas de austeridade na Grécia.

Em Berlim, uma passeata com aproximadamente 3.700 pessoas pediu um rumo mais solidário na política da Alemanha e resto da União Europeia (UE) para a Grécia. Em Roma, quase mil manifestantes também deram seu apoio à Grécia. Na França, centenas de pessoas caminharam em Paris em apoio ao povo grego, liderados por partidos de esquerda.

Já na capital inglesa, os manifestantes encheram as ruas do lado de fora do Banco da Inglaterra, no centro do distrito financeiro londrino, com cartazes e faixas que diziam “Encerre a Austeridade Agora”. Eles pararam e ouviram discursos antes de marcharem rumo ao Parlamento.

As manifestações da população da Europa em solidariedade à Grécia mostra que o clima político é de turbulência, e de forte tendência à esquerda. Este cenário, aliado às recentes vitórias de representantes de partidos radicais em Madri e Barcelona, evidencia que a Europa está rumando para um período de fortes conflitos políticos entre direita e esquerda, nos quais o extremismo pode mostrar que sua força está crescendo.