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Paquistão compara ataque a escola militar a 11 de Setembro

Mais de 130 crianças foram mortas  em atentado do Talibã

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O Paquistão amanheceu nesta quarta-feira (17) comparando o ataque do Talibã contra uma escola militar de Peshawar aos atentados de 11 de setembro de 2001. Cometida ontem por seis suicidas, a ação provocou a morte de 141 pessoas, entre elas 132 crianças e adolescentes. "O nosso 11 de setembro", estampou a primeira página do jornal "The Express Tribune", da capital Islamabad. "Foi um ataque ao futuro do Paquistão, aos seus jovens filhos e filhas", completou a publicação. "Nunca a cidade de Peshawar viveu algo tão profundo em seus 2.500 anos de história", ressaltou o diário. O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, viajou ontem a Peshawar para acompanhar a situação e coordenar as investigações. Ele pretende convocar uma luta eficaz contra o terrorismo. Como primeira medida, o premier anunciou a suspensão da moratória da pena de morte em casos de terrorismo. O atentado foi reivindicado pelos talibãs do Tehreek-e-taliban Pakistan (TTP). "É uma vingança pelos nossos militantes assassinados em falsos confrontos com as forças de segurança", disse o porta-voz do grupo, Muhammad Khurasani.

    Seis homens armados com explosivos invadiram a escola pública militar, abriram fogo e detonaram bombas. Testemunhas dizem que professores foram queimados na frente dos alunos.

    As autoridades internacionacionais condenaram com veemência o ataque. "O Brasil reitera, igualmente, seu repúdio à violência e sua condenação categórica de atos terroristas, independentemente de suas motivações", informou o Ministério de Relações Exteriores (MRE) em nota oficial. Já o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que seu país "condena nos mais duros termos" esse atentado. A Prêmio Nobel da Paz 2014, a jovem paquistanesa Malala Yousafzai, também lamentou o acontecimento. Ela foi vítima de um ataque do Talibã em 2012 devido ao seu engajamento com a defesa do direito à educação. O governo do Paquistão declarou três dias de lutos a partir de hoje, em homenagem às vítimas.

    Ameaças - Mesmo com a condenação da comunidade, internacional, o Talibã paquistanês voltou a fazer novas ameaças nesta quarta-feira, jurando "vingança" por seus membros mortos. Eles disseram para os civis evitarem as escolas e as sedes militares.

    Vaticano - Na audiência geral desta quarta-feira, o papa Francisco, que hoje completa 78 anos de idade, condenou o ataque em Peshawar e em Sydney, onde um sequestrador manteve reféns dezenas de pessoas dentro de uma cafeteria, entre elas uma brasileira. O crime terminou com três mortos. "Gostaria de rezar pelas vítimas dos desumanos atos terroristas cometidos nos últimos dias na Austrália e no Paquistão. Que o Senhor acolha em sua paz os mortos, conforte os familiares e converta o coração dos violentos", disse o Pontífice. (ANSA)