O grupo terrorista filipino Abu Sayyaf, que é um dos aliados dos extremistas do Estado Islâmico (EI, ex-Isis), ameaçou matar dois reféns alemães caso o governo de Berlim continue a apoiar os Estados Unidos na luta contra o EI. O comunicado divulgado nesta quarta-feira (24), pede ainda que a Alemanha pague um resgate de 250 milhões de pesos (R$ 10,4 milhões) pelos prisioneiros. O grupo rapta estrangeiros desde 2000 e já foi aliado da Al-Qaeda. Ele existe desde o início da década de 1990 e é conhecido por atentados a bomba, sequestros e assassinatos no sul das Filipinas. A organização foi fundada por Abdurajak Abubakar Janjalani, morto em 1998, e tem como foco atacar o governo do país e os católicos.
Em 2009, o Abu Sayyaf foi o responsável pelo sequestro de Eugenio Vagni, um colaborador do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Vagni foi libertado após seis meses de cativeiro. Apesar da ameaça, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha afirmou que o governo não mudará sua estratégia contra o EI. Segundo o porta-voz, o comunicado quer influenciar a política externa alemã e "por isso, nossa política no Iraque e na Síria não mudará em nada". Ele ainda afirmou que desde abril o governo do país investiga o sumiço dos dois reféns.
Segundo a imprensa filipina, os dois prisioneiros são o médico Stefan Viktor Okonek e sua esposa Henrite Dielen. Além deles, o Abu Sayyf teria outras 10 pessoas em suas mãos, entre elas dois europeus que são observadores de pássaros, um japonês e alguns filipinos.
Kerry afirma que os EUA "pararam" os extremistas Em entrevista à emissora norte-americana CNN, o secretário de Estado do país, John Kerry, afirmou que os Estados Unidos "pararam" os extremistas. A afirmação foi uma resposta às críticas internas de que os ataques no Iraque e na Síria não teriam grandes resultados. Ele disse que o plano dos EUA "continuará por um certo período de tempo e de diversas formas".
Kerry ainda destacou que não pode confirmar a morte do chefe do Frente al-Nusra, nem o do Khorasan. Ele apenas se limitou a dizer que os bombardeios na Síria "tiveram um forte impacto". O norte-americano afirmou que "essa é uma guerra que atinge a todos, é contra a depravação e o mal". O secretário ainda antecipou que o discurso de Barack Obama na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas lançará um novo apelo ao Islã para que eles reivindiquem sua verdadeira natureza e se unam à luta contra quem profana a sua religião.
Por sua vez, o Pentágono confirmou que novos ataques aéreos foram lançados pela coalizão internacional guiada pelos EUA. Foi registrado um ataque na Síria e outros quatro no Iraque - próximo a Bagdá e Irbil. Refém francês A Argélia mobilizou cerca de 1,5 mil militares, entre os quais homens de batalhões especiais, na região de Cabilia, para procurar o refém francês Hervé Gourdel. O sequestro dele foi reivindicado por um grupo jihadista ligado ao EI, revelou uma fonte de segurança do país. (ANSA)