O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Iatseniuk, afirmou nesta quarta-feira (3) que o plano do presidente da Rússia, Vladimir Putin, para resolver o conflito contra os rebeldes separatistas do leste tem como objetivo apenas "congelar" os combates e evitar novas sanções econômicas por parte da União Europeia.
"Os sete pontos do presidente russo para, aparentemente, resolver o conflito na Ucrânia parecem um plano para salvar os terroristas russos", disse o chefe de governo, por meio de um comunicado. Além disso, segundo o premier, Putin também estaria tentando chamar a atenção antes do próximo encontro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que acontece entre os dias 4 e 5 de setembro, no País de Gales. Iatseniuk ainda declarou que Moscou ignorou ou violou todos os acordos precedentes. "O melhor plano para acabar com a guerra consiste em apenas um ponto: a Rússia deve tirar seu Exército, mercenários e terroristas do território ucraniano", completou.
O programa apresentado por Putin é dividido em sete itens: interrupção do avanço militar das milícias separatistas; retirada das Forças Armadas de Kiev; controle e monitoramento internacional do cessar-fogo; excluir o uso de aviões de combate contra civis e cidades; troca de prisioneiros e reféns em uma fórmula "todos por todos"; criação de um corredor humanitário; e acesso direto das unidades de reconstrução às infraestruturas sociais e de transporte.
O projeto será discutido na próxima sexta-feira (5) em uma reunião envolvendo representantes de Moscou, de Kiev, dos rebeldes e da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (Osce). O encontro acontece em Minsk, capital de Belarus.
"Tenho grande esperança de que o processo de paz finalmente comece. Esse é o meu primeiro objetivo", afirmou o presidente ucraniano, Petro Poroshenko. Nesta quarta, o chefe de Estado conversou com Putin por telefone para negociar uma trégua.
Inicialmente, o site da Presidência da Ucrânia chegou a dizer que havia sido feito um acordo para um cessar-fogo permanente. No entanto, logo depois o texto foi alterado, falando agora de um "processo de cessar-fogo".