Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh), a quantidade de mortos nos conflitos no leste da Ucrânia quase dobrou em apenas 15 dias. Entre a metade de abril e 26 de julho, os confrontos entre rebeldes separatistas e as forças de Kiev fizeram 1.129 vítimas, mas em 10 de agosto o número chegou a 2.086.
Enquanto isso, segue a disputa entre o governo ucraniano e a Rússia sobre as ajudas humanitárias para a região onde acontece a guerra. Na terça-feira (12), uma missão partiu de Moscou, porém ela deve ser impedida de cruzar a fronteira com o país vizinho. "Não deixaremos entrar na região de Kharkov nenhum comboio de [Vladimir] Putin", disse no Facebook o ministro do Interior Arsen Avakov, que chamou o presidente russo de "agressor cínico".
Mais tarde, um porta-voz do chefe de Estado Petro Poroshenko garantiu que Kiev está pronta para aceitar a ajuda humanitária nas zonas de conflito, mas apenas sob "certas condições". O governo da Ucrânia exige que os caminhões da Rússia sejam inspecionados por representantes da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (Osce) e que, ao chegarem aos seus destinos, as cargas sejam distribuídas a civis pela Cruz Vermelha.
Isso porque existe a preocupação de que Moscou possa usar a iniciativa para dar suporte aos rebeldes separatistas. As autoridades ucranianas devem mandar o seu próprio comboio para o leste nesta quinta-feira (14).