O jornal El País afirmou em matéria desta terça-feira (12) que o sistema Bretton Woods de gerenciamento econômico internacional não funciona mais na América Latina e que é preciso encontrar outro caminho. Segundo o jornal, a especulação e a corrupção estão gerando um fenômeno cujo elemento mais visível é a questão da responsabilidade moral em um mundo que tenta ser gerido com base em paradigmas que já não existem mais.
Segundo o jornal de Madrid, a crise na Argentina não é novidade. O que é realmente novo seriam os cenários mundiais onde a economia e a política se movimentam. O jornal diz que a Argentina colocou toda a região na beira de uma crise e os bancos tradicionais que pactuaram com as autoridades argentinas a respeito da atenuação de suas dívidas seriam os primeiros interessados em encerrar o conflito com os fundos de capital de risco.
Não teria sido casual, de acordo com o El País, que menos de três semanas depois da criação de um fundo de investimento para os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a Argentina tenha insistido em manter sua batalha. O país seria motivado não só pela conivência da política interna, mas também pelo que seria a grande questão pendente atualmente: a falta de responsabilidades e de penalizações para o sistema financeiro mundial após a crise generalizada que veio após a falência do Lehman Brothers em 2008.
Muita coisa teria mudado, de acordo com o jornal espanhol. Superamos uma política econômica baseada em satisfazer as normas que vinham de fora da América, tendo que contar em primeiro lugar com a aprovação de cada um dos países implicados. Hoje, em termos gerais, o El País diz que a América que fala espanhol, além de não ter mais violência política e ser democrática, cumpre as regras de sanidade econômicas. O problema seria que, de acordo com jornal, essas regras são um modelo doente para o qual ainda não foi encontrada alternativa.
Contudo, o jornal diz que a submissão dos governos em relação às pressões do capital mundial geram muitos problemas. Segundo o El País, os chefes de Estado do Mercosul ao menos prestaram solidariedade e apoio total à posição militante da Argentina, assim como também o fizeram a Organização dos Estados Americanos, a Unasul e o próprio Brics. De acordo com o El País, é preciso estar atento para que a receita não seja assimétrica no sentido de só impor obrigações morais aos países que não falam inglês.
*Do programa de estágio JB