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China e América Latina: comércio a frente das ideologias

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Ano passado, o presidente da China, Xi Jinping, visitou a América Latina. O jornal americano Financial Times publicou nesta sexta-feira (18) uma matéria onde diz que os EUA ficou preocupado com visitas a seus aliados, como México e Costa Rica, dizendo que o país pensou que a China poderia roubar aliados do “seu próprio quintal”.

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Este ano, o presidente chinês está em uma turnê visitando países muitas vezes considerados adversários dos EUA, como a Venezuela e Cuba, ou com os quais o país tem laços mornos, como a Argentina e Brasil, o que começou a gerar novas preocupações. Mas, para o jornal, as preocupações americanas são exageradas.

“Na verdade a atenção da China para os países ricos em recursos da América Latina, em parte, simplesmente reflete o notável crescimento dos fluxos de comércio bilaterais, que chegou a U$ 200 bilhões em 2010, de quase nada de uma década antes. A Venezuela, por exemplo, já responde por 6% das importações chinesas de petróleo”, analisa a publicação.

Ainda segundo o jornal, a única nação que pode ter laços ideológicos com a China é Cuba e que,ainda assim, a China pode estar pouco preocupada com isso.O jornal ainda diz que por mais que haja a possibilidade de exaltação dos acordos feitos e possibilidade de novos, pode haver também conversas irritadiças durante o encontro dos Brics.

 Brasília,há muito se queixou de que produtos chineses baratos quebram fabricantes locais, mesmo que as empresas brasileiras como a Embraer, fabricante de aeronaves, lute para fazer incursões na China.

A China também pode estar irritada com Havana, impaciente com as reformas econômicas lentas que não estão garantindo crescimento econômico rápido, como houve no país oriental. Mas é especialmente certo que a China esteja irritada com Caracas, que pegou quase U$ 50 bilhões em empréstimos garantidos por petróleo desde 2007. Em 2011, Pequim teria enviado inspetores para ministérios da Venezuela para estudar como os seus empréstimos tinham sido gastos.

A reportagem conclui afirmando que para a região como um todo a China se tornou uma importante fonte alternativa de finanças e comércio, mas que ela terá que lidar com os problemas que os antigos investidores e parceiros também já enfrentaram.