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Discurso de Dilma na Assembleia da ONU tem destaque na imprensa internacional

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O discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) feito pela presidente brasileira Dilma Rousseff ganhou destaque na imprensa internacional nesta quarta-feira (25/9). Os trechos mais citados pelos jornalistas dizem respeito à espionagem dos EUA, que foi classificada por Dilma como uma ação que "viola o direito internacional" e sobre a pressão sofrida pelo Brasil, que pode ter objetivos econômicos. 

O jornal espanhol "El País" (Madri) destaca a proposta brasileira de uma legislação para a internet, como forma de evitar exercícios de vigilância que podem violar a soberania e os direitos humanos dos cidadãos brasileiros. A matéria assinada por Eva Saiz foi publicada com destaque na versão eletrônica do veículo na internet, com o título "Rousseff denuncia as práticas de espionagem diante das Nações Unidas".

Os veículos de comunicação argentinos também repercutiram intensamento o discurso de Dilma Rousseff. Um dos principais jornais do país, Clarín (Buenos Aires), enfoca que a presidente brasileira pediu a atenção da ONU para evitar que o ciberespaço seja usado como arma de guerra. O texto de Eleonora Gósman cita também que Dilma considerou a denúncia de espionagem dos EUA como uma afronta contra o Brasil e uma falta de respeito que não pode ser justificada pelo combate ao terrorismo. 

O jornal britânico The Guardian (Londres), veículo de comunicação que publicou as primeiras e mais graves denúncias de espionagem do governo norte-americano à vários países, foi o que mais polemizou o discurso de Dilma. No seu texto, a jornalista Julian Borger considera o discurso "furioso" e especula que a relação entre Brasília e Washington pode estar ainda abalada pelo vazamento dos documentos fornecidos pelo ex-consultor Edward Snowden. Em outro trecho, a jornalista diz que a presidente brasileira fez "um duro ataque" contra a espionagem dos EUA, acusando o governo de Obama de violar a lei internacional quando pratica "coleta indiscriminada" de informações de cidadãos brasileiros. Na sua página na internet, o Guardian tem uma matéria com o título "Rousseff condena a vigilância da NSA", com uma foto do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. O texto do Guardian citou que a postura de Dilma no evento representou um "desafio direto a Obama". 

Uma reportagem de Bridget Johnson no jornal americano PJ Media faz relação do discurso da presidente brasileira na Assembleia da ONU ao fato do cancelamento da viagem de Dilma à Washington para se encontrar com o presidente norte-americano Obama. "Dilma falou exatamente antes de Obama na Assembleia Geral da ONU e deixou claro que as feridas ainda estão muito frescas", destaca o texto da jornalista.