O presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, afirmou nesta segunda-feira que não tem intenção de renunciar ao cargo, mesmo após a divulgação das acusações do ex-tesoureiro de sua bancada, o Partido Popular (PP), Luis Barcenas. "Eu digo somente que a Espanha está conseguindo sair da crise. Defenderei a estabilidade política. Se os outros querem brincar de outras coisas, a responsabilidade é deles. Eu terminarei meu mandato", declarou Rajoy.
Barcenas, que está preso desde o dia 27 de junho por envolvimento em uma rede de corrupção de dirigentes do PP, admitiu em um interrogatório que entregou dinheiro em 2008, 2009 e 2010 para Rajoy e para a vice-líder do partido, Maria Dolores de Cospedal.
O ex-tesoureiro do PP, responsável pela contabilidade do partido de 1990 até 2010, mostrou para os juízes a cópia das mensagens telefônicas recebidas do chefe de Governo até março do ano passado. "Vou estar sempre ao seu lado, Luis, seja forte. Você sabe que jogo está jogando, mas eu permaneço livre de qualquer compromisso com você e com o partido", escreveu Rajoy em algumas das mensagens enviadas para Barcenas.
O escândalo de corrupção envolvendo Barcenas foi divulgado há cinco meses pelo jornal espanhol El Pais, que publicou parte da contabilidade do PP. O próprio ex-tesoureiro admitiu os crimes em uma entrevista a outro veículo espanhol, El Mundo, no dia 7 de julho.