Após mais de duas semanas de protestos violentos e de tensão, a Turquia enfrentará hoje (17) uma segunda-feira de paralisações. Os dois principais sindicatos de trabalhadores do país – a Confederação Sindical dos Trabalhadores Revolucionários (cuja sigla é Disk) e a entidade que representa o setor público, cuja sigla é Kesk – anunciaram greve geral em protesto à violência cometida por policiais contra os manifestantes que criticam o governo, na Praça Taksim, localizada na parte europeia de Istambul.
Desde o início dos protestos, morreram quatro pessoas e mais de 5 mil ficaram feridas. Médicos, engenheiros, arquitetos e dentistas já haviam aderido às paralisações, que ocorrem no momento em que o governo avisa que vai intensificar a ação contra os manifestantes. A concentração dos protestos ocorre na Praça Taksim, que virou o símbolo de contestação.
Ontem (16), a Associação de Médicos Turcos denunciou o que chamou de “uso selvagem” de gás lacrimogêneo pelos policiais contra os manifestantes. “Pedimos ao governo que coloque um fim imediato nesta violência bárbara e fazemos um apelo urgente à comunidade internacional para agir contra a repressão brutal das exigências democráticas”, diz o texto da entidade médica.
Pelos dados da associação, mais de 11 mil pessoas foram atingidas pelo gás, das quais 65% têm de 20 a 29 anos. Apenas 13% usavam máscaras de gás. "A exposição ao gás por mais de um dia aumenta o risco de problemas cardiovasculares", alertou a entidade médica.