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Ex-prefeito da cidade do Vaticano revela bastidores da renúncia de Bento XVI

Giovanni Lajolo diz que só o Espírito Santo sabe quem será o futuro papa

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Em entrevista ao jornal italiano La Stampa, o ex-prefeito da cidade do Vaticano, cardeal Giovanni Lajolo, falou das expectativas para a escolha de um novo papa, mas não quis arriscar um palpite: "fale com o Espírito Santo, seguramente dará a resposta adequada", ironizou.

Lajolo se afastou do cargo em setembro de 2011, mas como tem 78 anos ainda vai participar da escolha do sucessor de Bento XVI. Ao La Stampa, o cardeal explicou como funciona este processo de espera. "Com muita serenidade, como a decisão que teve Bento XVI. Ficamos desorientados. Ele já tinha se instalado em nossos corações por sua tranquilidade, sabedoria e doçura. Ou seja, não se afastará de nós como sacerdote, mas somente renuncia ao cargo que tinha", afirmou.

O cardeal Lajolo estava presente ao Consistório, quando Bento XVI anunciou a renúncia. "O papa começou um discurso em latim, o que me pareceu estranho. Entendi imediatamente quais eram as suas intenções. Ao terminar de ler, falou o cardeal Sodano. Depois deixou a sala. Havia um grande silêncio. Todos permanecemos sentados. Um bispo que estava perto de mim repetia: 'Não é possível. Estou sonhando'".

Giovanni Lajolo garante que jamais esperava a renúncia do papa. "Na sexta-feira comparecemos ao Seminário Maior de Roma, onde ele falou por cerca de 45 minutos, de improviso e sem tropeços. Mas, com o passar do tempo seus movimentos se tornaram mais lentos", acrescentou.

Indagado pelo La Stampa sobre o Conclave, o cardeal Lajolo explicou que até o dia 28 de fevereiro o papa continuará no cargo."Depois, veremos. Iremos para a Capela Sistina e, uma vez ali, o Espírito Santo nos dirigirá aonde quiser. Eu esperava não participar desse Conclave. Spu cardeal desde 2007, tenho 78 anos, e estava convencido de que o Santo Padre continuaria por muitos anos". 

Sobre a possibilidade de ele ser o novo papa, Lajolo foi enfático: "não sei se existe uma possibilidade matemática, mas creio que a probabilidade é igual a zero. Isto me tranquiliza muito. Penso nos pobres cardeais que são citados como futuros papas. Eu não votaria em um cardeal que tem o meu perfil, com uma larga carreira diplomática a serviço da Igreja. Neste momento é necessário um pastor de almas, que tenha ímpeto e energia, e que seja uma figura com peso internacional", concluiu o cardeal ao La Stampa.