O papa Bento XVI disse para os fiéis vivenciarem a Quaresma como um tempo para "refletir" sobre como "o rosto da Igreja, às vezes, é desfigurado" por ataques "contra a união e divisões do corpo eclesial".
Ele também afirmou que superar "individualismos e rivalidades" pode ser um "sinal humilde e precioso para aqueles que estão distantes da fé".
As declarações de Bento XVI foram dadas durante a tradicional missa da Quarta-Feira de Cinzas, que representou a última celebração litúrgica do pontificado de Joseph Ratzinger. Ele anunciou no início da semana sua renúncia ao cargo, alegando cansaço físico.
Bento XVI chegou à Basílica de São Pedro, no Vaticano, para a tradicional missa da Quarta-Feira de Cinzas em uma plataforma móvel. Uma fila de fiéis esperava o Pontífice no local, que foi recebido por aplausos.
"Inclusive nos dias de hoje, muitos estão prontos a 'rasgar as vestes' diante de escândalos e injustiças, naturalmente cometidos por outros, mas poucos parecem disponíveis a agir sobre o próprio 'coração', sobre a própria consciência e sobre as próprias intenções, deixando que o Senhor transforme, renove e converta", disse Bento XVI.
De acordo com o papa, o "verdadeiro discípulo não serve a si próprio ou ao público, mas sim, [serve] ao seu Senhor". "A autenticidade de cada gesto religioso é a verdadeira relação com Deus", destacou.
"O nosso testemunho será cada vez mais incisivo quanto menos procurarmos a nossa glória e sermos conscientes de que a recompensa do certo é Deus", disse Bento XVI, vestindo trajes em tom violeta.
Na manhã desta quarta-feira, em outra missa celebrada no Vaticano, o papa destacou que tinha renunciado "em plena liberdade" e "pelo bem da Igreja". Ele também pediu que os fiéis rezem por ele e pelo futuro papa. O pontificado de Bento XVI terminará no próximo dia 28 de fevereiro.