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Sandy causará prejuízos "imensos", mas não afeta negociação na Bolsa

Suspensão dos pregões acarreta prejuízo para a própria Bolsa e corretoras

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O furacão Sandy parou a costa leste dos Estados Unidos. Sem luz, as atividades da região ficaram imobilizadas com a chegada das fortes chuvas e ventos. Parte da capital econômica do país, Nova Iorque, amanhece desde segunda-feira no escuro. O desastre provocou inundações, muita destruição e deve causar um prejuízo "enorme" para a economia do país, afirma o economista Paulo Gala, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV/SP). 

Porém, para o especialista, as ações negociadas na Bolsa de Valores Dow Jones, que também fechou suas portas e seus pregões, não devem ser influenciadas de maneira significativa. "As corretoras e a bolsa em si estão perdendo dinheiro pois ganham com as movimentações financeiras que acontecem por lá e estão paradas", afirma. A última vez que o pregão físico da Bolsa de Nova York foi suspenso devido a um fator climático foi em setembro de 1985, quando do furacão Glória na cidade.

Desastre

Mais de 350 mil pessoas deixaram suas casas nas áreas costeiras no estado de Nova York, onde, até agora, dezesseis pessoas morreram. Foram registradas nove mortes em outros estados. O furacão ainda provocou o cancelamento de mais de 15 mil vôos que chegariam ou partiriam da cidade e deixaram sem luz cerca de 8 milhões de residências.

Alyson Gordon, moradora de Long Island, contou ao Jornal do Brasil pelo Skype que demorou dois dias para chegar na casa de familiares no bairro vizinho, Queens, onde a situação é mais calma. "Onde moro está completamente devastado, tivemos a queda de várias árvores e estamos totalmente sem luz. Sei de lugares onde as inundações provocaram a destruição de muitas casas. É horrível", explicou através do seu celular. 

Em pronunciamento na sede nacional da Cruz Vermelha americana nesta terça-feira (30), o presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou que o governo federal "fará tudo o que puder" para ajudar a lidar com os danos provocados. Ele ainda alertou para novos problemas. "Há riscos de inundações, há riscos de queda de linhas de transmissão de energia, riscos de ventos fortes".

O prefeito da cidade de Nova Iorque, Michael Bloomberg também se mostrou alarmado com a situação. Em entrevista coletiva, ele afirmou que o fenômeno Sandy foi "uma tempestade devastadora" e talvez, "a pior que já enfrentamos".

A tempestade

A tempestade, que tocou o solo americano no início da noite de segunda-feira em Nova Jersey, chegou com ventos sustentados de até 130 km/h. O fenômeno convergiu para um sistema de tempo frio e se transformou em uma mistura de chuva com fortes ventos, levando até neve para alguns estados.

Apesar de ter se enfraquecido e perdido o status de furacão, as autoridades alertaram que o fenômeno vai continuar trazendo fortes chuvas e inundações. De acordo com o Centro Nacional de Furacões, às 7h (Brasília) Sandy se movia no sentido oeste e tinha o centro  localizado a 145 km da Filadélfia, capital da Pensilvânia.