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Proposta para sepultar Lenin após 88 anos gera polêmica na Rússia 

Corpo de Lenin embalsamado está exposto em mausoléu na Praça Vermelha 

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Novo ministro da Cultura russo, Vladimir Medinsky surpreendeu o país ao defender a quebra da tradição de um dos principais símbolos da memória comunista: ele é favorável ao enterro do corpo do primeiro presidente da União Soviética, Vladimir Ilich Ulianov, mais conhecido como Lenin, que permanece embalsamado e exposto em um mausoléu desde a morte, em 1924.

"Talvez muitas coisas em nossas vidas possam simbolicamente mudar para a melhor após isso", declarou Medinsky em entrevista para a RT, rede de televisão local. A proposta é que o mausoléu de Lenin, na Praça Vermelha, em Moscou, seja transformado em um museu "com ingressos caros", mas sem o corpo do antigo líder.

O ministro defende que Lenin seja enterrado com honras militares, por ter ocupado o cargo mais alto da Rússia, mas, ainda assim, gerou grande resistência entre os esquerdistas do país, que fizeram oposição ao sepultamento em todas as oportunidades nas quais o assunto foi debatido.

Medinsky admitiu que não abordou o assunto durante as eleições russas, no início do ano, para perder popularidade. Após as vitória da chapa do presidente Vladimir Putin, porém, o político declarou a sua posição: "é um assunto difícil, mas todos devem ser enterrados, foi assim desde o começo da humanidade", defendeu.

Líder da Revolução Comunista de 1917, Lenin propôs ideias que influenciam movimentos socialistas de todo o mundo até hoje. Apesar da forte oposição, uma pesquisa recente, promovida pela portal Superjob.ru, mostrou que a maioria dos russos defende que seu corpo seja enterrado em breve: 48%, enquanto outros 26% esperam que o corpo deixe o mausoléu, mas não agora. Apenas 16% defenderam a manutenção do que ocorre atualmente, enquanto outros 10% não souberam responder.