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Bashar Al Assad se recusa a negociar alegando que adversários são terroristas 

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Brasília – O presidente da Síria, Bashar Al Assad, disse hoje (10) ao enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe ao país, Kofi Annan, que não existe possibilidade de diálogo. Segundo ele, essa situação existe porque há "grupos armados terroristas" em atuação na Síria. O encontro entre o diplomata e o presidente durou mais de duas horas.

Assad disse que o governo da Síria apoia "qualquer esforço honesto para se achar uma solução". Annan está na Síria como parte de um esforço internacional de diplomacia para encerrar a escalada de violência. Ele pretende permanecer em Damasco até amanhã (11). Annan tem reuniões com representantes da oposição e organizações não governamentais.

"A Síria está pronta para fazer com que qualquer esforço honesto para se achar uma solução para os eventos que estamos testemunhando vire um sucesso", disse Assad. "Nenhum diálogo político ou atividade política pode dar certo enquanto houver grupos armados terroristas operando e espalhando caos e instabilidade."

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No momento em que Annan se encontrava com Assad, grupos de oposição disseram que novos conflitos e bombardeios foram registrados na cidade de Idleb, na fronteira com a Turquia. A organização Observatório Sírio para Direitos Humanos informou que os bombardeios são os mais pesados desde a semana passada, quando um reforço do Exército chegou à região.

Para os ativistas, os ataques do Exército representam uma espécie de prenúncio de um novo ataque terrestre, a exemplo do que aconteceu na cidade de Homs. Segundo Annan, se um cessar-fogo de ambas as partes não for possível, a ONU pedirá que as tropas do governo parem de lutar primeiro, para que a oposição faça o mesmo na sequência.

Paralelamente, Annan faz campanha para que organizações de ajuda humanitária tenham acesso às regiões mais afetadas pela violência, como o distrito de Baba Amr, em Damasco. Segundo as Nações Unidas, houve progresso nas negociações, mas ainda há dúvidas. A ONU estima que mais de 8 mil pessoas morreram em um ano de conflitos na região.