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Onze gaúchos que estavam em navio naufragado chegam a Porto Alegre

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Os 11 gaúchos que estavam no navio que naufragou na costa da Itália no sábado chegaram na manhã deste domingo ao aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Um grupo aterrissou por volta das 10h e o outro desembarcou uma hora mais tarde. O sobreviventes, todos da mesma família, eram aguardados por parentes no saguão do aeroporto.

Cinco pessoas ficaram na Capital Gaúcha e sete seguiram para São Leopoldo, na região metropolitana. Viviane Luz Scheffer, que viajava com o marido Maurício, com os filhos Eduardo e Juliana e com o genro Daniel Bonow, além da mãe, de irmãos, cunhadas e sobrinhos, contou que a família estava bem, mas frustrada. "Estamos bastante abalados, frustrados. Estávamos no fim do roteiro, arrumando as malas para retornar, quando aconteceu o acidente. Até então tinha sido um cruzeiro maravilhoso", disse Viviane, ressaltando que a família tinha o hábito de fazer esse tipo de viagem.

A sobrevivente contou que os gaúchos conseguiram sair todos em segurança do navio pois estavam em suas cabines na hora em que a embarcação colidiu com um rochedo. "Como aconteceu depois do jantar, a família não estava espalhada e, por isso, foi mais fácil saírmos. Havia pessoas em todo o navio, jantando, no cassino. Essas demoraram um pouco mais para deixarem o local."

Viviane disse que a embarcação começou a inclinar logo que bateu e que as luzes apagaram por alguns instantes. "O suposto comandante falou que era uma pane elétrica e que era para ficarmos calmos que eles estavam procurando reestabelecer a energia. A luz logo voltou, mas tornou a apagar totalmente três minutos depois. Foi então que essa pessoa voltou e mandou fazer a evacuação imediata do navio", contou Viviane.

Até então, a família de Viviane não imaginava que o navio havia sofrido um acidente grave. "A gente achou que fosse uma medida de segurança. Antes de sair, conseguimos colocar um sapato e um casaco mais pesado. Quando chegamos na ilha e vimos o navio inclinado, percebemos que as coisas eram muito sérias", disse Viviane.

De acordo com a passageira, o momento de maior tensão foi a descida dos barcos de apoio da embarcação. "O barco quase não conseguiu descer. Estava todo mundo muito ansioso e a gente via que a tripulação estava ficando desesperada. A família tinha se dividido entre os barcos e ninguém sabia qual era a situação do outro".

Viviane disse que a empresa responsável pela embarcação, a Costa Cruzeiro, prestou todo o apoio aos brasileiros. "Mas chegamos sem lenço, sem documento. Sem chave de casa, de carro, nada. Alguns tiveram que chamar chaveiros para poderem entrar nas residências. A empresa disse que nossos documentos estavam no cofre do navio, mas até agora não nos responderam se os teremos de volta.", contou.

Segundo a sobrevivente, a família descansará e tomará as medidas necessárias nesta segunda-feira. "A partir de amanhã vamos atrás do que precisa", disse Viviane.

De acordo com a empresa responsável pelo cruzeiro, havia 53 brasileiros no navio, sendo 47 passageiros e seis tripulantes. A embarcação tinha 4,2 mil pessoas a bordo.