Pelo menos um ex-monge tibetano ateou fogo em si mesmo e outro ficou ferido na sexta-feira perto do monastério Kirti, na província de Sichuan, sudoeste, bastião da resistência tibetana, confirmou neste domingo a agência oficial Nova China.
Anunciadas na sexta-feira por organizações de defesa dos direitos humanos no Tibete, estas imolações, a 13ª e a 14ª em menos de um ano, ocorreram na região de Aba, província de Sichuan, palco de episódios de violência desde que um jovem monge ateou fogo em si mesmo em março de 2011.
Um dos dois homens, de 18 anos, morreu em um quarto de hotel, indicou a Nova China, citando uma fonte do governo local. Seu companheiro, de 22 anos, foi hospitalizado.
Segundo a organização Free Tibet, com sede em Londres, testemunhas viram o homem atear fogo em si mesmo perto do monastério, pedindo a volta do exílio de Dalai Lama, líder espiritual dos budistas tibetanos.
Contactado pela AFP, o hospital local negou-se a dar mais informações sobre o estado de saúde do ferido.
Um porta-voz do governo local disse à agência chinesa que o ferido confessou que ambos planejaram se imolar com fogo.
Uma investigação também descobriu que os dois homens participaram de roubos, entre eles o de uma "estátua de Buda no monastério de Kirti", informou a agência.
Segundo diversas ONGs, os recentes suicídios públicos de monges demonstram o desespero diante da repressão religiosa e cultural realizada por Pequim nas áreas tibetanas. Pequim afirma, por sua vez, que a liberdade religiosa está garantida.