Jornal do Brasil
BANGCOC - Depois dos confrontos entre ativistas e as forças de segurança que deixaram um saldo de pelo menos 21 mortos e 825 feridos sábado, na capital da Tailândia, Bangcoc, manifestantes leais ao deposto ex-premier tailandês, Thaksin Shinawatra, rejeitaram domingo negociar com o governo para pôr fim à pior onda de violência no país em duas décadas.
Nunca falaremos com assassinos, temos a obrigação moral com quem morreu de devolver a democracia a este país afirmou Jatuporn Prompan, um dos líderes da Frente Unida para a Democracia e contra a Ditadura, organizadora dos protestos.
Milhares de manifestantes continuavam domingo no local onde aconteceram os combates de rua que deixaram um rastro de cartuchos de bala, veículos destroçados e poças de sangue. Os chamados camisas vermelhas da oposição destroçaram os veículos militares e tomaram vários fuzis e munição que brandiam em sinal de vitória.
Os manifestantes chegaram a manter soldados reféns no sábado, que já foram libertados, e forçaram operadores de comunicação por satélite a transmitirem um canal de TV do grupo, fechado pelo governo.
Eles protestam há um mês na capital tailandesa, pedindo a convocação de novas eleições. Os camisas vermelhas insistem em que o premier dissolva o Parlamento e saia do país. Pedras, estilhaços de bala, poças de sangue e veículos militares danificados podiam ser vistos domingo nas ruas próximas à uma área turística de Bangcoc, onde soldados tentaram conter os manifestantes. Governos estrangeiros emitiram alertas para cidadãos que planejam visitar a Tailândia.