Jornal do Brasil
DA REDAÇÃO - Militantes do Hamas deram demonstrações de força na Faixa de Gaza neste domingo, reforçando sua autoridade no enclave palestino depois do confronto com um grupo rival alinhado com a Al Qaeda, que proclamou um emirado islâmico no território palestino. O grupo informou neste domingo em um comunicado que restaurou a ordem na região.
Na cidade de Rafah, os moradores saiam dos escombros de prédios de apartamentos explodidos durante horas de confrontos na sexta-feira e no sábado, resultando em até 28 mortos e uma mesquita destruída por tiros e granadas. Vizinhos que conheciam Abdel-Latif Moussa, cuja declaração de regime islâmico na sexta-feira gerou o confronto com o Hamas, diziam que ele parecia gentil e dedicado.
Muitos ainda lamentavam o mais sangrento confronto entre palestinos desde 2007. Alguns esperavam retaliações dos mais jovens, muitos deles ex-combatentes do Hamas agora desiludidos com suas tentativas de estreitar laços com o Ocidente e negociar um fim ao isolamento de Gaza.
Em uma nota divulgada no site usado por grupos aliados da Al Qaeda em Gaza, uma figura sombria usando o nome de guerra Abu Mohammed al-Maqdessi deixou claro que havia ira contra o Hamas: O assassino em Gaza é o Hamas. É quem segura a faca . Mas o Hamas, que há dois anos afastou o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e suas forças da faixa bloqueada por Israel, insistiu que o assunto estava resolvido com a morte do médico pregador que liderou os Guerreiros de Deus .
A situação em Gaza está completamente sob controle disse o porta-voz do Ministério do Interior, ligado ao Hamas, Ehab al-Ghsain.
Influência significativa
Combatentes da ala militar do Hamas, com máscaras e faixas verdes islâmicas na cabeça, veteranos da guerra contra Israel em janeiro, observavam discretamente os outros palestinos enquanto eles limpavam a mesquita devastada de Ibn Taymea, em Rafah. Ghsain negou na Internet os relatos de que palestinos estariam sendo alertados a ficar longe de postos policiais do Hamas por medo de ataques suicidas dos seguidores de Moussa.
Forças de segurança estavam buscando alguns indivíduos , afirmou Ghsain. O Hamas também quer reeducar os que se afastarem do Islã moderado. Embora os números do grupo de Moussa e de outros, como o Exército do Islã, sejam difíceis de mensurar, analistas tendem a considerá-los limitados em quantidade de armas, possivelmente a centenas. A influência deles, no entanto, é significativa. Ao explorarem a frustração com a dificuldade econômica e os ataques israelenses sob o regime do Hamas, eles podem atrair simpatizantes e frear esforços do Hamas para se aproximar da rival secular Fatah na Cisjordânia.