Jornal do Brasil
CIDADE DO MÉXICO - Em nova escalada no combate ao tráfico de drogas e aos problemas decorrentes dele no país, 10 policiais municipais mexicanos foram presos, suspeitos de envolvimento no assassinato de 12 agentes federais, cujos corpos apareceram empilhados em uma estrada do estado de Michoacán na segunda-feira passada, dia 13.
Os corpos foram encontrados em uma estrada do estado com disparos de armas de fogo. Alguns dos cadáveres apresentavam marcas de tortura.
As prisões coincidem com uma ofensiva do governo federal, que enviou mais de 5 mil soldados e policiais federais para a parte leste de Michoacán, que tem sofrido com o aumento da violência decorrente do tráfico.
A promotoria federal obteve ordens de prisão preventiva válidas por 40 dias para determinar ou desvendar a responsabilidade dos detidos no homicídio dos agentes federais .
As autoridades vêm reforçando a segurança na região depois que traficantes locais lançaram ataques coordenados em 10 cidades na semana passada.
O governo do estado de Michoacán protestou contra o que chamou de ocupação militar .
As autoridades federais, por outro lado, relacionam a necessidade de ocupação das tropas à investigação que vem sendo feita sobre ligações entre a polícia municipal e os narcotraficantes no assassinato dos agentes.
Em um comunicado, a promotoria afirmou que as detenções vão permiti-la investigar as evidências de que os policiais cometeram atos criminosos para ajudar os traficantes de Michoacán. Além disso, a busca ajudará
a determinar sua responsabilidade pelo assassinato dos agentes federais .
Somente neste ano, 10 prefeitos do estado já foram presos, sob suspeita de colaborar com quadrilhas de narcotraficantes.
Na operação, ao todo foram presos 19 policiais em uma pequena cidade do estado. Apenas 10, no entanto, continuam detidos para que seja investigada sua ligação com os assassinatos.
De acordo com a BBC, o governo federal acredita que a polícia local e autoridades locais estejam na folha de pagamento dos traficantes há muito tempo.
Em uma demonstração de força, soldados com armas automáticas
e máscaras de esqui para proteger sua identidade ergueram barreiras nas estradas de Michoacán, o es-
tado natal do presidente mexicano, Felipe Calderón.
A quadrilha de Michoacán, conhecida como A Família, surgiu há três anos, quando seus pistoleiros jogaram as cabeças decapitadas de cinco vítimas na pista de dança de uma discoteca do estado.
Há anos Michoacán, estado que é banhado pelo Oceano Pacífico, vem sendo utilizado como ponto-chave para a entrada da cocaína proveniente da América do Sul e destinada para os Estados Unidos.