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Irã e Síria enfrentam Ocidente em reunião sobre tratado nuclear

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Mark Heinrich, REUTERS

WASHINGTON - O Irã e a Síria entraram em confronto nesta segunda-feira com o Ocidente por causa das acusações de que há atividades nucleares suspeitas nesses países, marcando o início das discussões sobre como salvar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

Nas declarações iniciais no encontro de duas semanas envolvendo cerca de 120 países, a União Européia e outros delegados ocidentais citaram o Irã como um caso sintomático da difusão da tecnologia nuclear, que pode ser usada para o desenvolvimento de armas nucleares - o que Teerã nega.

Falando em nome da UE, o embaixador esloveno Andrej Logar criticou os iranianos por sua desobediência a ordens da ONU para que suspenda seu programa de enriquecimento de urânio e coopere nas investigações internacionais "essenciais para a avaliação de uma possível dimensão militar do programa do Irã".

O Irã, que não estava inscrito para falar, ocupou a tribuna para criticar as "longas e exageradas acusações [da UE] que distorcem a verdade". O representante do país, Mohammed Taghi Hosseini, disse que o Irã continua "fiel" às obrigações do Tratado de Não-Proliferação, mas que ninguém pode tolher o país em seu "direito inalienável" de se beneficiar da energia atômica pacífica.

Os EUA também fizeram críticas ao Irã e citaram suspeitas apresentadas na semana passada pela Casa Branca de que a Síria, aliada do Irã, teria construído um reator nuclear com a ajuda norte-coreana, mas não chegou a inaugurá-lo porque o local foi destruído em setembro por um bombardeio israelense.

Quem se interessa em reforçar o Tratado de Não-Proliferação "só pode ficar alarmado [com um reator sírio que] não era para propósitos pacíficos e foi construído secretamente", afirmou o delegado norte-americano Christopher Ford. A Síria interveio para negar terminantemente que tenha violado o Tratado buscando desenvolver armas nucleares.

- Lembramos a todos das falsificações que os EUA fizeram sobre as armas de destruição de massa no Iraque - disse o embaixador Faysal Hamoui, referindo-se às acusações nunca comprovadas que serviram de pretexto para a invasão norte-americana no Iraque, em 2003.

- Os EUA estão tentando arruinar esta reunião de maneira preventiva. Pedimos aos EUA que sejam sábios o suficiente para deixarem de causar crises no Oriente Médio com políticas confusas - disse o diplomata.