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Putin suspende tratado sobre armas nucleares com EUA

Presidente ordenou prontidão para eventuais testes atômicos

Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 21/02/2023 às 11:46

Alterado em 21/02/2023 às 14:12

Presidente Vladimir Putin Foto: Epa

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira (21) a suspensão do "New Start", último tratado sobre a redução de arsenais nucleares ainda em vigor com os Estados Unidos.

Esse acordo foi assinado em abril de 2010, pelos então presidentes Dmitri Medvedev e Barack Obama, e foi prorrogado pela última vez em fevereiro de 2021, limitando a 1,55 mil o número de ogivas nucleares de cada país.

O tratado também previa inspeções diretas e troca de informações entre as duas potências, mas Putin afirmou que não pode permitir que técnicos americanos visitem as instalações nucleares russas enquanto os EUA tentam "impor uma derrota estratégica" a Moscou na Ucrânia.

"Vamos suspender o tratado, mas não nos retiramos", declarou o presidente em seu discurso sobre o estado da nação. Putin também pediu que o Ministério da Defesa fique de prontidão para eventuais testes de armas nucleares, porém prometeu não usá-las primeiro.

"Mas se os Estados Unidos o fizerem, precisamos estar prontos", acrescentou. Ao longo de 1h45 - um de seus discursos mais longos ao Parlamento -, o chefe de Estado garantiu que a Rússia atingirá seus objetivos na Ucrânia, voltou a acusar o presidente Volodymyr Zelensky de encabeçar um regime "neonazista" e denunciou que Kiev queria se armar com bombas nucleares.

"Não tínhamos dúvidas de que eles tinham operações prontas para o Donbass em fevereiro [de 2022]. Eles fizeram a guerra começar, nós apenas usamos a força para frear a guerra", justificou Putin.

O presidente ainda afirmou que a Rússia queria uma "solução pacífica", mas foi "enganada" pelo Ocidente. "O objetivo do Ocidente é levar a Rússia a uma derrota estratégica, querem nos eliminar para sempre. Não percebem que a própria existência da Rússia está em jogo", salientou.

Putin também disse que é "impossível" derrotar o país no campo de batalha e que Moscou "não está em guerra contra o povo da Ucrânia".

Em reação ao discurso, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, declarou que é "absurda" a ideia de que a Rússia esteja sujeita a "qualquer forma de ameaça militar da parte da Ucrânia ou de quem quer que seja".

Já Mikhailo Podolyak, conselheiro de Zelensky, disse que Putin demonstrou "sua irrelevância e sua confusão". "Ele não tem soluções e não as terá", acrescentou. Por sua vez, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que "ninguém atacou a Rússia". "Eles são os agressores", ressaltou. (com Ansa)